A ictiofauna de riachos de três regiões do alto rio Paraná

Autores

  • Daniela Cristina Fagundes Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia
  • Cecília Gontijo Leal Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia
  • Débora Reis de Carvalho Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia
  • Nara Tadini Junqueira Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia
  • Francisco Langeani Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Departamento de Zoologia e Botânica
  • Paulo dos Santos Pompeu Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia

Palavras-chave:

peixes, inventário, espécie nova

Resumo

Este trabalho teve como objetivo realizar um inventário das assembleias de peixes em pequenos riachos afluentes de grandes reservatórios do alto rio Paraná, em três regiões até então desconhecidas pela literatura. Foram amostrados 117 riachos de 1a a 3a ordens nas bacias dos rios Araguari (na bacia de drenagem do reservatório de Nova Ponte), Paranaíba (reservatório de São Simão) e Grande (reservatório de Volta Grande). No total foram capturados 20.696 exemplares pertencentes a 100 espécies, seis ordens, 20 famílias e 53 gêneros. Destes, 11.530 exemplares e 41 espécies foram registradas na bacia do Araguari, sendo que 17 dessas espécies são exclusivas. Na bacia do rio Grande, foram registrados 3.537 exemplares pertencentes a 41 espécies (11 exclusivas) e na bacia do Paranaíba, foram registrados 5.629 exemplares e 67 espécies (38 exclusivas). A riqueza média por riacho foi de 6.7 para os riachos da bacia do rio Grande, 9.0 para os riachos da bacia do Araguari e 10.9 para os riachos da bacia do rio Paranaíba. As ordens predominantes foram Characiformes, com 48% da riqueza total e Siluriformes, com 36%. Três espécies pertencentes ao grupo scabripinnis foram diagnosticadas como novas: Astyanax sp. 1 (Grande e Paranaíba), Astyanax sp. 2 (Araguari) e Astyanax sp. 3 (Araguari). Outras três foram consideradas como potencialmente novas: Characidium sp. 1, Characidium sp. 2 e Rhamdiopsis sp. Entre todos os registros, oito espécies não são nativas da bacia do Paraná: as exóticas Oreochromis niloticus e Tilapia rendalli e as alóctones Cyphocharax gillii, Hoplerythrinus unitaeniatus, Knodus moenkhausii, Poecilia reticulata, Roeboides descalvadensise Trichomycterus brasiliensis. Este estudo preenche parte da lacuna de conhecimento existente sobre peixes de pequenos riachos da bacia do Paraná. Os inventários sobre a fauna de peixes em riachos de pequena ordem são importantes, pois evidenciam a ocorrência de grande diversidade, incluindo um número significativo de espécies ainda não descritas. Dessa forma, esse estudo contribui para um melhor conhecimento da fauna de peixes de riachos pertencentes è bacia do alto rio Paraná, além de colaborar para o estabelecimento de estratégias para conservação deste importante componente da biodiversidade aquática.

Publicado

06/01/2015

Como Citar

Fagundes, D. C., Leal, C. G., Carvalho, D. R. de, Junqueira, N. T., Langeani, F., & Pompeu, P. dos S. (2015). A ictiofauna de riachos de três regiões do alto rio Paraná. Biota Neotropica, 15(2). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1294

Edição

Seção

Inventários

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