Nicho ecológico e aspectos da história natural de Phyllomedusa azurea (Anura: Hylidae, Phyllomedusinae) no Cerrado do Brasil Central

Autores

  • Evellyn Borges de Freitas Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Biologia
  • Crizanto Brito De-Carvalho Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Biologia
  • Renato Gomes Faria Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Biologia
  • Renato de Carvalho Batista Faculdade da Terra de Brasília
  • Cássio de Carvalho Batista Faculdade da Terra de Brasília
  • Welington Araújo Coelho Universidade Católica de Brasília
  • Adriana Bocchiglieri Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro, Departamento de Ecologia

Palavras-chave:

ecologia, nicho, uso de habitat, horário de atividade, dieta

Resumo

Aspectos da ecologia e da história natural de Phyllomedusa azurea foram estudados em uma área de cerrado do Brasil Central, entre abril de 2006 e fevereiro de 2007. As observações foram realizadas entre as 18:00 e 5:00 h. Os aspectos investigados são referentes aos nichos espacial, temporal e trófico, morfometria e reprodução. A maioria dos animais vocalizou em locais com predominância do estrato herbáceo e de dossel aberto. Os principais substratos utilizados foram arbustos e árvores. Com relação às alturas de empoleiramento, os animais foram encontrados principalmente em locais entre 0,50 e 1,00 m de altura. As amplitudes de nicho espacial (substrato e altura de empoleiramento) foram respectivamente 2,91 e 3,83. A maioria dos animais foi encontrada próxima a corpos d'água lênticos, normalmente até 0,50 m. É possível que essas características estejam primariamente relacionadas com a filogenia do gênero e secundariamente às necessidades particulares da espécie e à disponibilidade local de recursos. Os arbustos e árvores utilizados pela espécie servem como sítios de vocalização e ovoposição. Os espécimes de Phyllomedusa azurea foram localizados principalmente entre às 20:00 e 21:00 h. A largura de nicho temporal estimada (horário de atividade) foi de 4,68. Padrão reprodutivo prolongado foi também observado, predominando nos meses de maior temperatura e umidade (setembro a fevereiro). A dieta constituiu-se de 11 itens, sendo que o item mais importante para as fêmeas foi Orthoptera (IVI = 63) e para os machos Araneae (IVI = 43). As amplitudes numérica e volumétrica do nicho trófico foram respectivamente 1,80 e 1,16, para fêmeas, e 4,03 e 3,92, para machos. Machos e fêmeas diferiram em tamanho (CRC) e massa, com as fêmeas sendo maiores e mais pesadas. Os tamanhos dos menores indivíduos reprodutivos de machos e fêmeas foram 34,64 e 40,33 mm, respectivamente. Diferenças no tamanho podem estar relacionadas a distintos investimentos na reprodução pelos dois sexos.

Publicado

12/01/2008

Como Citar

Freitas, E. B. de, De-Carvalho, C. B., Faria, R. G., Batista, R. de C., Batista, C. de C., Coelho, W. A., & Bocchiglieri, A. (2008). Nicho ecológico e aspectos da história natural de Phyllomedusa azurea (Anura: Hylidae, Phyllomedusinae) no Cerrado do Brasil Central. Biota Neotropica, 8(4). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/444

Edição

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