Relatório temático sobre espécies exóticas invasoras no Brasil: sumário para tomadores de decisão

Autores

  • Michele S. Dechoum Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de pós-graduação em Ecologia https://orcid.org/0000-0002-3484-2498
  • Andrea de Oliveira Ribeiro Junqueira Universidade Federal do Rio de Janeiro, Centro de Ciências da Saúde, Instituto de Biologia https://orcid.org/0000-0002-3386-2454
  • Mario Luís Orsi Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Biológicas, Departamento de Biologia Animal e Vegetal
  • Sílvia Renate Ziller Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental
  • Vânia Regina Pivello Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências, Departamento de Ecologia
  • Rafael D. Zenni Universidade Federal de Lavras, Instituto de Ciências Naturais, Departamento de Ecologia e Conservação https://orcid.org/0000-0002-4315-7986
  • Sidinei Magela Thomaz Universidade Estadual de Maringá, Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais, Departamento de Biologia
  • Adriana Carvalhal Fonseca Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
  • Jean Ricardo Simões Vitule Universidade Federal do Paraná, Laboratório de Ecologia e Conservação, Departamento de Engenharia Ambiental
  • Francisco Barros Universidade Federal da Bahia, Instituto de Biologia, Laboratório de Ecologia Bentônica https://orcid.org/0000-0002-3037-1991
  • Natália Macedo Ivanauskas Instituto de Pesquisas Ambientais https://orcid.org/0000-0001-6643-8476
  • Joel Creed Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, Departamento de Ecologia
  • Marcelo Fulgêncio Guedes Brito Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Biologia, Laboratório de Ictiologia https://orcid.org/0000-0002-5346-4074
  • Helena Godoy Bergallo Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, Departamento de Ecologia
  • Rosana M. Rocha Universidade Federal do Paraná, Departamento de Zoologia, Laboratório de Sistemática e Ecologia de Invertebrados Marinhos
  • Fernando A. Galheigo Coordenação de Licenciamento de Produção de Petróleo e Gás, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Resumo

Resumo Invasões biológicas são uma das maiores ameaças à biodiversidade e à boa qualidade de vida, ocorrendo a partir da translocação de espécies por ação humana. Existem mais de 500 espécies exóticas invadindo ecossistemas atualmente no Brasil, com destaque para plantas e peixes. Pouco se sabe sobre microrganismos invasores. Apesar de existirem espécies exóticas invasoras em todos os ecossistemas no país, a maior parte dos registros foi feita em hábitats com maior interferência humana, como áreas urbanas, periurbanas, terras cultivadas, represas, reservatórios, portos e canais. Historicamente, as regiões sul e sudeste do Brasil apresentam mais espécies exóticas invasoras, mas nas últimas décadas se tem observado um aumento no número de espécies exóticas invasoras nas regiões centro-oeste e norte. O comércio de plantas e peixes ornamentais, assim como o comércio ilegal de mamíferos e répteis silvestres como animais de estimação são algumas das principais vias de introdução e disseminação de espécies exóticas invasoras no Brasil. Sistemas de criação e cultivo que possibilitam o escape para áreas naturais são uma relevante via de introdução em ecossistemas de águas continentais, enquanto introduções não intencionais a partir de navegação e de infraestrutura são de extrema preocupação em ecossistemas marinhos. Os impactos negativos de espécies exóticas invasoras sobre a biota incluem principalmente alterações na estrutura de comunidades e diminuição local da riqueza de espécies nativas, mediados por predação, competição e modificações ecossistêmicas. A maior parte dos impactos negativos registrados ocorreram para espécies introduzidas intencionalmente, como peixes e plantas, mas introduções não intencionais têm levado a impactos na boa qualidade de vida, com custos associados e impactos sobre a saúde humana. A gestão de invasões biológicas esbarra em desafios a serem superados, tais como a falta de conhecimento do público sobre o impacto de espécies exóticas invasoras, o apelo popular de espécies invasoras carismáticas ou utilizadas por humanos e o emprego de técnicas controversas de controle. Entretanto, experiências bem-sucedidas de erradicação e controle em ecossistemas terrestres e marinhos têm sido registrados, alguns deles envolvendo engajamento público nas ações de manejo. Reconhecer o tema como uma política pública transversal e desenvolver experiências continuadas de governança são metas fundamentais para a gestão e o manejo de espécies exóticas invasoras no Brasil.

Publicado

01/01/2024

Como Citar

Dechoum, M. S., Junqueira, A. de O. R., Orsi, M. L., Ziller, S. R., Pivello, V. R., Zenni, R. D., Thomaz, S. M., Fonseca, A. C., Vitule, J. R. S., Barros, F., Ivanauskas, N. M., Creed, J., Brito, M. F. G., Bergallo, H. G., Rocha, R. M., & Galheigo, F. A. (2024). Relatório temático sobre espécies exóticas invasoras no Brasil: sumário para tomadores de decisão. Biota Neotropica, 24(2). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/2052

Edição

Seção

Pontos de Vista

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