Protocolo para inventário de Membracidae (Hemiptera, Auchenorrhyncha, Membracoidea): quais os métodos de coleta ideais para Floresta Atlântica?

Autores

  • Valberta Alves Cabral Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Sistemática e Ecologia
  • Antonio José Creão-Duarte Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Sistemática e Ecologia
  • Aline Lourenço Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Sistemática e Ecologia
  • Carolina Nunes Liberal Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Sistemática e Ecologia
  • Alessandre Pereira-Colavite Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Sistemática e Ecologia https://orcid.org/0000-0002-7660-8384

Palavras-chave:

Biodiversidade, Brasil, Estimadores, Lista de espécies, Amostragem padronizada, Soldadinhos

Resumo

Resumo: Membracídeos são insetos fitófagos que apresentam diferentes tipos de comportamento, o que requer um protocolo específico para uma coleta rápida e eficiente. Este artigo avalia quais os melhores métodos para amostragem desses insetos em áreas de Floresta Atlântica. O protocolo foi aplicado em quatro áreas de Floresta Atlântica na Paraíba e envolveu uma equipe de quatro pessoas, ao custo de U$180 por área. Contém 100 unidades amostrais subdividas em 30 cartões adesivos amarelos no dossel, e 30 no estrato inferior, 30 coletas ativas e 10 armadilhas luminosas. No total foram amostrados 2.678 espécimes pertencentes a 91 espécies. As maiores abundâncias e valores de riqueza foram obtidos usando a coleta ativa (N = 1.517; S = 42) e os cartões do dossel (N = 345; S = 53). Todos os métodos apresentaram alta complementaridade, com mais da metade das espécies (S = 50; 54,35%) registradas exclusivamente por apenas um dos métodos aplicados. A análise de similaridade mostrou que a coleta ativa difere significativamente de todos os outros métodos (R = 0,10; p = 0,0001), e que os cartões adesivos no dossel diferem da coleta no estrato inferior (p = 0,0001), enquanto os outros pares de métodos não apresentaram diferenças significativas. Em todas as áreas, a coleta ativa, os cartões adesivos no dossel e no estrato inferior, respectivamente, foram os que apresentaram melhor suficiência amostral, com valores de no mínimo 60% do estimado. Foi demonstrado que, para inventariar membracídeos em áreas de Floresta Atlântica, é necessário um protocolo que combine diferentes métodos de coleta, o que à priori, demanda mais tempo e custo. Contudo, vale ressaltar que é possível ajustar este protocolo de acordo com a necessidade do pesquisador. Indicamos que para um levantamento mais rápido e que contemple o maior número de espécies, o ideal é utilizar uma combinação de coleta ativa e armadilha luminosa.

Publicado

01/01/2020

Como Citar

Cabral, V. A., Creão-Duarte, A. J., Lourenço, A., Liberal, C. N., & Pereira-Colavite, A. (2020). Protocolo para inventário de Membracidae (Hemiptera, Auchenorrhyncha, Membracoidea): quais os métodos de coleta ideais para Floresta Atlântica?. Biota Neotropica, 20(2). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1725

Edição

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