Serpentes das ilhas costeiras do Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil

Autores

  • Paulo José Pyles Cicchi Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Departamento de Zoologia
  • Marco Aurélio de Sena Universidade de São Paulo, Departamento de Genética e Biologia Evolutiva
  • Denise Maria Peccinini-Seale Universidade de São Paulo, Departamento de Genética e Biologia Evolutiva
  • Marcelo Ribeiro Duarte Instituto Butantan, Laboratório de Herpetologia

Palavras-chave:

serpentes, ilhas, inventário, diversidade, conservação

Resumo

Há poucos estudos sobre a fauna de serpentes em ilhas costeiras do Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil e um baixo número de espécies depositadas em coleções zoológicas. No Brasil, pela primeira vez, foi realizado um inventário em 18 ilhas do litoral paulista a partir de pesquisa de registros nas coleções herpetológicas do Sudeste do Brasil. Também foram realizadas coletas de campo em onze ilhas. Trinta e seis espécies de quatro famílias foram registradas: uma espécie de Boidae, trinta de Colubridae, uma de Elapidae e quatro de Viperidae. Os dados de campo apresentaram treze ocorrências novas de espécies sem registro nas coleções. Para estimar a raridade das espécies utilizaram-se categorias de abundância relativa: comum, não-freqüente e rara. Das espécies amostradas, 44,4% foram consideradas raras. As espécies mais comuns foram Micrurus corallinus, presente em doze ilhas; Bothrops jararaca e Liophis miliaris, presentes em onze ilhas, B. jararacussu e Chironius bicarinatus, presentes em 10 ilhas. Foram efetuados sete novos registros para a Ilha do Cardoso (25° 05’ S e 47° 59’ W): C. bicarinatus, C. multiventris, Dipsas petersi, Echinanthera bilineata, E. cephalostriata, Helicops carinicaudus e Xenodon neuwiedii; três para Ilha Comprida (24° 54’ S e 47° 48’ W): B. jararacussu, C. bicarinatus e H. carinicaudus; um para Ilha Anchieta (23° 32’ S e 45° 03’ W): Spilotes pullatus; um para a Ilha das Couves (23° 25’ S e 44° 52’ W): L. miliaris; um para a Ilha dos Porcos (23° 23’ S e 44° 54’ W): B. jararaca. B. alcatraz e B. insularis, endêmicos à Ilha de Alcatrazes e à Ilha da Queimada Grande, respectivamente, são considerados criticamente em perigo segundo IUCN. Foi registrada a extinção da fauna de serpentes na Ilha Monte de Trigo. Os ecossistemas insulares, mais vulneráveis que os continentais, carecem de uma proteção mais efetiva. A maioria destas espécies (cerca de 52%) preda anfíbios, reforçando a necessidade de conservação das florestas.

Publicado

01/01/2007

Como Citar

Cicchi, P. J. P., Sena, M. A. de, Peccinini-Seale, D. M., & Duarte, M. R. (2007). Serpentes das ilhas costeiras do Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil. Biota Neotropica, 7(2). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/302

Edição

Seção

Inventários
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