Aranhas de solo (Arachnida, Araneae) associadas a fragmentos florestais urbanos no sul da Amazônia

Autores

  • Genefer E. R. dos Santos Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais, Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais https://orcid.org/0000-0002-9197-2918
  • Kleber Solera Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais, Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais https://orcid.org/0000-0002-2331-9941
  • Cristiano A. da Costa Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais, Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais https://orcid.org/0000-0002-4209-4899
  • Marinêz I. Marques Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Biociências, Programa de Pós-Graduação em Zoologia https://orcid.org/0000-0002-9890-8505
  • Antonio D. Brescovit Instituto Butantan, Laboratório de Coleções Zoológicas https://orcid.org/0000-0002-1511-5324
  • Leandro D. Battirola Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais, Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais https://orcid.org/0000-0002-5920-5997

Palavras-chave:

Aracnídeos, Áreas urbanas, Diversidade, Variação temporal

Resumo

Resumo: Fragmentos florestais em áreas urbanas compreendem importantes habitats para uma grande variedade de espécies, entretanto, políticas conservacionistas ainda são incipientes para sua manutenção e conservação. Assim, avaliou-se a riqueza e abundância da assembleia de aranhas de solo em cinco fragmentos florestais, com áreas variando entre 18,5 e 103,98 ha, no perímetro urbano de Sinop, norte de Mato Grosso, sul da Amazônia. As amostragens foram efetuadas com Extrator mini-Winkler e armadilhas pitfall nos períodos de seca (julho) e chuva (novembro) de 2017. Os fragmentos foram caracterizados em relação à área e ao Índice de Integridade Biótica (IBI) para avaliar o efeito dessas variáveis sobre a riqueza e abundância da assembleia de aranhas de solo. Um total de 653 aranhas foi amostrado, compreendendo 25 famílias e 52 espécies. Salticidae, Theridiidae, Lycosidae, Linyphiidae, Oonopidae e Symphytognathidae corresponderam às famílias mais abundantes (63,3% do total). Aranhas caçadoras (393 ind.; 60,2%) predominaram em relação às tecelãs (260 ind.; 39,8%). A maior abundância e riqueza de espécies de aranhas foram obtidas durante o período de chuva (517 ind.; 79,2%; 41 spp.) em relação ao período de seca (136 ind.; 20,8%; 24 spp.). Duas espécies foram registradas pela primeira vez na região Amazônica, Anapistula aquytabueraRheims & Brescovit, 2003 (Symphytognathidae) and Opopaea concolor (Blackwall, 1859) (Oonopidae). A riqueza de espécies não foi afetada pelo IBI nem pela área dos fragmentos. Embora o modelo estatístico não seja significativo, observa-se que a riqueza de espécies aumenta ligeiramente com o aumento do IBI e da área dos fragmentos. Da mesma forma, a abundância das aranhas não foi afetada pelo IBI e nem pela área do fragmento. Todos os fragmentos florestais avaliados, independente do tamanho da área, apresentaram um baixo ou regular IBI, evidenciando que estes habitats têm sofrido com as pressões inerentes do perímetro urbano incluindo a constante expansão da ocupação humana, bem como o mau uso por parte da população. Entretanto, estes mesmos fragmentos, evidenciaram considerável riqueza de espécies de aranhas de solo, podendo ser categorizados como importantes habitats para a manutenção da biodiversidade regional e, portanto, sendo necessária a definição de estratégias de ação que garantam sua conservação.

Publicado

01/01/2020

Como Citar

Santos, G. E. R. dos, Solera, K., Costa, C. A. da, Marques, M. I., Brescovit, A. D., & Battirola, L. D. (2020). Aranhas de solo (Arachnida, Araneae) associadas a fragmentos florestais urbanos no sul da Amazônia. Biota Neotropica, 20(4). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1776

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