Efeito do corte de Typha domingensis: resposta dos macroinvertebrados bentônicos e a regeneração da macrófita

Autores

  • Thiago Cesar Lima Silveira Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Laboratório de Ecologia Aquática
  • Gilberto Gonçalves Rodrigues Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente
  • Gabriela Peixoto Coelho de Souza Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Ciências Econômicas, Centro de Estudos e Pesquisas Econômica
  • Norma Luiza Würdig Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Laboratório de Invertebrados Bentônicos

Palavras-chave:

distúrbio, bioindicação, manejo vegetal, macrófita aquática, produtos não-madeireiros

Resumo

As áreas úmidas são importantes, pois apresentam alta biodiversidade e são consideradas pelos órgãos ambientais áreas de proteção permanente devido à sua importância para conservação. No Sul do Brasil a macrófita aquática Typha domingensis é colhida para ser usada na fabricação de artesanato, sendo uma fonte de renda importante para pequenos agricultores. Este trabalho teve como objetivo testar o efeito de corte de T. domingensis sobre os macroinvertebrados bentônicos, bem como sobre a regeneração da macrófita. Para avaliar o efeito do corte foram analisadas pequenas áreas (1 m²) em uma formação de T. domingensis onde comparou-se o tratamento de corte com tratamentos controle. Macroinvertebrados foram amostrados com um "corer" na seguinte sequência de tempo após o corte, em cada tratamento: um dia, 26 dias, 60 dias, 89 dias e 182 dias. A regeneração da macrófita foi monitorada através de medições mensais em cada tratamento. Não houveram diferenças significativas na densidade de macroinvertebrados entre os tratamentos (ANOVA, p < 0.05). Entre os 23 táxons identificados, Tubificidae foi a única família a responder ao tratamento de corte. A DCA mostrou uma sobreposição entre os tratamentos, indicando um padrão não claro. O crescimento dos ramos de T. domingensis não foi afetado pelo distúrbio. A regeneração da macrófita foi rápida quando se compararam os tratamentos, diferenças estatísticas foram encontradas em um dia e 26 dias após o corte, enquanto não foram encontradas diferenças nas datas de amostragem restantes (60, 89 e 182 dias). Observando a resposta dos macroinvertebrados e a regeneração de T. domingensis, sugere-se que o uso sustentável desta macrófita é possível em pequena escala.

Publicado

09/01/2012

Como Citar

Silveira, T. C. L., Rodrigues, G. G., Souza, G. P. C. de, & Würdig, N. L. (2012). Efeito do corte de Typha domingensis: resposta dos macroinvertebrados bentônicos e a regeneração da macrófita. Biota Neotropica, 12(3). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/995

Edição

Seção

Artigos
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