Germinação de gramíneas nativas do Quadrilátero Ferrífero com potencial aplicação na recuperação de áreas degradadas

Resumo

As gramíneas nativas apresentam potencial para revegetação de áreas degradadas, no entanto, devido ao pouco conhecimento sobre sua biologia, dá-se preferência ao uso de espécies exóticas, que podem ser invasoras, afetando assim a biodiversidade local. No intuito de ampliar o conhecimento acerca da propagação via sementes de espécies nativas do Quadrilátero Ferrífero (QF), e desta forma, indicar possíveis candidatas a aplicação na recuperação de áreas degradadas da região, este trabalho objetivou avaliar os padrões germinativos das seguintes gramíneas: Andropogon bicornis L.; Andropogon leucostachyus Kunth; Setaria parviflora (Poir.) Kerguélen, Cenchrus brownii Roem. & Schult; Echinolaena inflexa (Poir.). Chase e Apochloa euprepes (Renvoize) Zuloaga & Morrone. As espiguetas (com presença ou não das estruturas que envolviam a cariopse, dependendo da espécie) foram submetidas aos seguintes tratamentos: T1-controle; T2-umedecimento do substrato com 0,2% de nitrato de potássio, T3-aquecimento a 80 ºC por 2 minutos, T4-escarificação com ácido sulfúrico (exceto gênero Andropogon) e para os gêneros Andropogon e Setaria, T5-armazenamento a temperatura ambiente e T6-armazenamento sob refrigeração. Os tratamentos foram realizados em 4 repetições de 25 cariopses colocadas para germinar a temperatura de 25 ºC e iluminação constante. Variação significativa foi observada quando comparadas as quantidades de germinações ocorridas entre as semanas, entre os tratamentos e entre as espécies. Para o gênero Andropogon o tratamento mais eficiente foi T6, seguido por T2 em A. bicornis e T3 em A. leucostachyus. T6 também foi o tratamento mais eficiente para S. parviflora, seguido por T5 e T2. C. brownii apresentou resultados próximos sob T1, T2 e T3 (média 39%). E. inflexa e A. euprepes apresentaram altos índices de dormência que não foram superadas pelos tratamentos propostos. A. bicornis, A. leucostachyus, S. parviflora e C. brownii apresentaram maiores potenciais de germinação, sendo possíveis candidatas para recuperação de áreas degradas no QF. No entanto, ainda são necessários estudos complementares com os tratamentos mais eficientes e testes de germinação e estabelecimento em condições de campo.