Biomassa de raízes finas e densidade do comprimento radicular em uma floresta tropical chuvosa de terras baixas e montana, SP, Brasil

Autores

  • Bruno Henrique Pimentel Rosado Universidade Estadual de Campinas, IB, Departamento de Biologia Vegetal
  • Amanda Cristina Martins Universidade Estadual de Campinas, IB, Departamento de Biologia Vegetal
  • Talita Cristina Colomeu Universidade Estadual de Campinas, IB, Departamento de Biologia Vegetal
  • Rafael Silva Oliveira Universidade Estadual de Campinas, IB, Departamento de Biologia Vegetal
  • Carlos Alfredo Joly Universidade Estadual de Campinas, IB, Departamento de Biologia Vegetal
  • Marcos Pereira Marinho Aidar Instituto de Botânica, Seção de Fisiologia e Bioquímica de Plantas

Palavras-chave:

variação altitudinal, parâmetros de raízes finas, distribuição vertical de raízes finas, sazonalidade, floresta tropical atlântica

Resumo

Raízes finas, <2 mm de diâmetro, são as principais responsáveis pela absorção de água e nutrientes e, portanto, têm um papel central nos ciclos carbono, água e nutrientes, desde o nível da planta até o ecossistêmico. A densidade do comprimento radicular (DCR), a biomassa de raízes finas (BRF) e a distribuição vertical de raízes finas (DVR) no perfil do solo têm sido utilizados como bons descritores da eficiência no uso de recursos e de estocagem de carbono no solo. Ao longo de gradientes altitudinais, a diminuição da temperatura e da radiação solar (dependendo da frequência de eventos de neblina) podem reduzir as taxas de decomposição e disponibilidade de nutrientes, o que poderia estimular o aumento do investimento das raízes finas para maximizar a absorção de água e nutrientes. O presente estudo avaliou a variação sazonal de parâmetros radiculares nas florestas ombrófilas densas de Terras Baixas (FODTB) e Montana (FODM) na Mata Atlântica. A hipótese foi a de que o investimento em BRF e DCR seria maior na FODM, o que poderia maximizar a eficiência na absorção de recursos. A BRF e a DCR foram maiores na FODM em ambas as estações, especialmente na profundidade de 0-5 cm. A BRF total nos primeiros 30 cm de solo na FODTB foi significativamente menor (334 g.m-2 na estação seca e 219 g.m-2 na chuvosa) do que na FODM (875 e 451 g.m-2 nas estações seca e chuvosa, respectivamente). Na profundidade de 0-5 cm em ambas as altitudes, a DCR aumentou da estação seca para chuvosa independentemente de variações na BRF. Apesar da relevância da BRF para descrever processos relacionados à dinâmica de carbono, a variação da DCR entre estações, independente de variações na BRF, indica que a DCR é um melhor descritor para estudos caracterizando o potencial de absorção de água e nutrientes na Floresta Atlântica. As diferenças da DCR entre altitudes dentro do contexto de uso de recursos devem ser consideradas em estudos sobre estabelecimento, crescimento de plântulas e dinâmica de populações na Floresta Atlântica. No nível ecossistêmico, as variações sazonais da DCR podem aumentar nosso entendimento sobre o funcionamento da Floresta Atlântica em termos de fluxos biogeoquímicos em um possível cenário de mudanças climáticas e ambientais.

Publicado

09/01/2011

Como Citar

Rosado, B. H. P., Martins, A. C., Colomeu, T. C., Oliveira, R. S., Joly, C. A., & Aidar, M. P. M. (2011). Biomassa de raízes finas e densidade do comprimento radicular em uma floresta tropical chuvosa de terras baixas e montana, SP, Brasil. Biota Neotropica, 11(3). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/849

Edição

Seção

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