Herpetofauna de uma área protegida situada em zona de transição na porção central da América do Sul

Autores

  • Tainá Figueras Dorado-Rodrigues Universidade Federal de Mato Grosso, Centro de Referência da Biodiversidade Regional, Laboratório de Herpetologia https://orcid.org/0000-0003-1631-0874
  • Rafael Martins Valadão Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios https://orcid.org/0000-0002-7029-6631
  • Luciana Mendes Valério Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade https://orcid.org/0000-0002-7816-8992
  • Carolina Potter de Castro Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Parque Nacional da Chapada dos Guimarães https://orcid.org/0000-0001-7282-5210
  • Christine Strüssmann Universidade Federal de Mato Grosso, Centro de Referência da Biodiversidade Regional, Laboratório de Herpetologia https://orcid.org/0000-0001-9880-9489

Resumo

Resumo Vários inventários da herpetofauna têm sido conduzidos na região Neotropical. No entanto, muitas áreas permanecem por investigar, e isto é particularmente verdade nas zonas de transição entre ecorregiões. Aqui descrevemos a riqueza, composição de espécies e abundância da herpetofauna de uma porção pouco conhecida do Cerrado brasileiro e avaliamos as semelhanças taxonômicas das assembleias entre os habitats amostrados e entre ecorregiões vizinhas. Um inventário herpetológico de médio prazo foi realizado entre maio de 2009 e janeiro de 2011 na Estação Ecológica Serra das Araras (SAES), por meio de armadilhas de interceptação e queda em cinco hábitats florestados e abertos. Nestes e em habitats adicionais, também foram utilizadas buscas visuais e acústicas e encontros ocasionais para acessar a composição da herpetofauna, juntamente com dados de literatura e exame de exemplares depositados em coleções. Também comparamos a composição de espécies do SAES em escala regional com aquelas de outras 29 localidades previamente estudadas em nove ecorregiões sul-americanas. Documentamos 123 espécies no SAES (39 anfíbios e 84 répteis), das quais 112 foram registradas durante os inventários de campo. A riqueza de espécies foi maior na mata ciliar e menor na floresta seca semidecídua e cerradão. Matas ciliares também apresentaram maior número de espécies exclusivas, enquanto apenas uma espécie exclusiva foi encontrada no cerradão. Cerrado sensu stricto e parque cerrado apresentaram 53 e 40 espécies, incluindo sete e dez espécies exclusivas, respectivamente, e mostraram maior similaridade entre si do que com os habitats florestados amostrados. Em comparação com outras localidades já inventariadas no Cerrado, a SAES abriga uma das mais diversas assembléias da herpetofauna. Isto pode ser atribuído a esforços de amostragem continuados e à acentuada heterogeneidade ambiental resultante do perfil topográfico e da confluência de diversas ecorregiões. A composição de espécies de anfíbios no SAES é mais semelhante a uma localidade próxima também estudada no Cerrado e a assembleias da Floresta Seca de Chiquitano, enquanto a composição de espécies de répteis está aninhada entre as assembleias estudadas no Cerrado. Nossos resultados indicam que a herpetofauna do SAES é rica e representativa da biodiversidade regional, com composição de espécies que evidencia seu caráter transitório.

Publicado

01/01/2025

Como Citar

Dorado-Rodrigues, T. F., Valadão, R. M., Valério, L. M., Castro, C. P. de, & Strüssmann, C. (2025). Herpetofauna de uma área protegida situada em zona de transição na porção central da América do Sul. Biota Neotropica, 25(1). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/2096

Edição

Seção

Inventários
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