Germinação de frutos consumidos pelo lobo-guará Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) (Carnivora, Canidae)

Autores

  • Samia Cardoso dos Reis Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia, Departamento de Biologia e Zootecnia https://orcid.org/0000-0002-2146-669X
  • João Henrique Pinheiro Dias Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia, Departamento de Biologia e Zootecnia
  • Lucio de Oliveira e Sousa Centro de Avaliações e Perícias Ambientais
  • Adriano Garcia Chiarello Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Departamento de Biologia https://orcid.org/0000-0003-1914-5480
  • Marco Eustáquio de Sá Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia, Departamento de Biologia e Zootecnia
  • Igor Paiva Ramos Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia, Departamento de Biologia e Zootecnia https://orcid.org/0000-0003-4525-6491

Resumo

Resumo A zoocoria é um processo fundamental para muitas espécies vegetais, podendo ser o principal mecanismo de dispersão de sementes e plantas. Os mamíferos da ordem Carnivora estão entre os agentes dispersores mais importantes, contudo, pouca atenção tem sido dada ao papel dos canídeos como dispersores de sementes. Embora o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) tenha um papel potencialmente importante na dispersão de sementes dado o seu consumo relativamente elevado de frutos, poucos estudos investigaram a taxa de germinação de sementes ingeridas. Aqui utilizamos sementes retiradas de fezes de dois exemplares em cativeiro (tratamento do lobo-guará) e diretamente retiradas de frutos não consumidos (controle) em ensaios de germinação para avaliar a taxa de germinação e o índice de velocidade de emergência (IVE). Utilizamos frutos maduros de cinco espécies de árvores que ocorrem no Cerrado e Mata Atlântica formando um arranjo fatorial de 5 (espécie) × 2 (forma de coleta de sementes). A passagem das sementes pelo trato digestivo do lobo-guará favoreceu a germinação de duas espécies, Genipa americana e Psidium guajava, atrasou a germinação de uma espécie, Psidium cattleianum e não afetou a germinação de duas espécies, Plinia cauliflora e Ficus obtusifolia. Com base nos nossos resultados, particularmente a descoberta de que todas as espécies vegetais testadas consumidas pelo lobo-guará germinaram, concluímos que esta espécie de canídeo tem um elevado potencial de dispersão, sendo um importante aliado na restauração de ecossistemas do Cerrado e da zona de contato entre Cerrado e Mata Atlântica.

Publicado

01/01/2023

Como Citar

Reis, S. C. dos, Dias, J. H. P., Sousa, L. de O. e, Chiarello, A. G., Sá, M. E. de, & Ramos, I. P. (2023). Germinação de frutos consumidos pelo lobo-guará Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) (Carnivora, Canidae). Biota Neotropica, 23(3). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/2007

Edição

Seção

Artigos

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