Mamíferos da Floresta Estadual de Cajuru e arredores: uma Área Protegida negligenciada mas importante para a conservação do Cerrado no estado de São Paulo, Brasil

Autores

  • Marcella Pônzio Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências, Departamento de Zoologia, Grupo de Pesquisa em Ciência da Conservação https://orcid.org/0000-0003-2901-5794
  • Vinicius Alberici Universidade de São Paulo, Departamento de Biologia, Laboratório de Ecologia e Conservação https://orcid.org/0000-0002-5197-1574
  • Nielson Pasqualotto Universidade de São Paulo, Departamento de Biologia, Laboratório de Ecologia e Conservação https://orcid.org/0000-0002-8283-4759
  • Roberta Paolino Universidade de São Paulo, Departamento de Biologia, Laboratório de Ecologia e Conservação https://orcid.org/0000-0002-6948-3333
  • Thiago Rodrigues Universidade de São Paulo, Departamento de Biologia, Laboratório de Ecologia e Conservação https://orcid.org/0000-0003-1972-0043
  • Adriano Chiarello Universidade de São Paulo, Departamento de Biologia, Laboratório de Ecologia e Conservação https://orcid.org/0000-0003-1914-5480

Resumo

Resumo: O Cerrado tem sido severamente impactado por distúrbios antrópicos e, especialmente na sua porção sul, poucos são os fragmentos remanescentes desse bioma. No estado de São Paulo, resta aproximadamente 7% da cobertura original de Cerrado e relativamente pouco se sabe sobre a biodiversidade desses remanescentes. Para preencher essa lacuna, inventariamos mamíferos terrestres de médio e grande porte de uma região pouco estudada que inclui uma Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável (Floresta Estadual de Cajuru; CSF), áreas de vegetação nativa protegidos pela Lei de Proteção da Vegetação Nativa e pertencentes a uma empresa de papel e celulose (Fazenda Dois Córregos; DCF), e seus entornos. Registramos 20 espécies de mamíferos nativos, cinco dos quais ameaçados de extinção, incluindo o tamanduá-bandeira, a onça parda e o lobo-guará. Não encontramos diferenças significativas na riqueza de espécies entre CSF e DCF, mas encontramos maior riqueza estimada de espécies para o entorno. Além de abranger uma área maior e mais heterogênea, essa área ainda apresenta uma proporção relativamente grande (> 30%) de vegetação nativa, fornecendo habitat e recursos para muitas espécies. A estimativa da riqueza de espécies para toda a nossa área de estudo foi semelhante à encontrada na maior UC de Cerrado no Estado de São Paulo, a Estação Ecológica de Jataí e entorno. Concluímos que a área de estudo abriga uma comunidade rica de grandes mamíferos, sendo importante para a conservação de várias espécies ameaçadas de extinção. Essa descoberta é particularmente oportuna, uma vez que o governo estadual está considerando transferir a exploração econômica da CSF para o setor privado. Endossamos, desta forma, uma proposta existente para elevar esta UC, que ainda carece de um plano de manejo, para uma categoria de manejo mais restritiva. Além disso, argumentamos que também é importante envolver a iniciativa privada em um plano de conservação para a região.

Publicado

01/01/2022

Como Citar

Pônzio, M., Alberici, V., Pasqualotto, N., Paolino, R., Rodrigues, T., & Chiarello, A. (2022). Mamíferos da Floresta Estadual de Cajuru e arredores: uma Área Protegida negligenciada mas importante para a conservação do Cerrado no estado de São Paulo, Brasil. Biota Neotropica, 22(1). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1885

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