Análise especial remota sem embasamento etnográfico descaracteriza a sustentabilidade do regime de queimada indígena

Autores

Palavras-chave:

Análise espacial, manejo do fogo, regimes de fogo, uso indígena do fogo, cerrado

Resumo

Resumo: A pesquisa científica que pretende avaliar regimes indígenas de queimadas na ausência de dados ecológicos contextualizados etnograficamente corre o risco de exacerbar o jogo de culpabilização do fogo, fornecendo evidências para apoiar narrativas distorcidas apresentadas por militantes anti-indígenas. A análise espacial de cicatrizes de fogo em territórios indígenas pode ser uma ferramenta eficaz para caracterizar regimes culturais de fogo em termos de distribuição e frequência, especialmente quando qualificada por ligações a diferentes ecossistemas locais. Um artigo publicado recentemente se baseou no mapeamento de cicatrizes de fogo a partir de imagens de satélite para avaliar a distribuição e frequência antropogênica de fogo na Terra Indígena Pimentel Barbosa, Brasil Central. Os autores usam seus resultados para caracterizar o uso do fogo pelos A'uwẽ (Xavante) como não manejado e um modelo insustentável de uso de recursos do cerrado. Neste artigo, discutimos o artigo recente de Aguiar & Martins à luz de nossa pesquisa de longa duração sobre a caçada com fogo praticada pelos A'uwẽ na Terra Indígena Pimentel Barbosa, argumentando que os caçadores A'uwẽ queimam de acordo com protocolos culturais estabelecidos, manejam o fogo de maneira conservacionista e não causam degradação ambiental pela queimada.

Publicado

01/01/2022

Como Citar

Welch, J. R., Brondizio, E. S., & Coimbra Jr., C. E. A. (2022). Análise especial remota sem embasamento etnográfico descaracteriza a sustentabilidade do regime de queimada indígena. Biota Neotropica, 22(1). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1877

Edição

Seção

Pontos de Vista
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