Monitoramento de longo prazo de ninhos de tartarugas marinhas no nordeste do Brasil

Autores

  • Aline da Costa Bomfim Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Biociências, Departamento de Morfologia https://orcid.org/0000-0003-4678-7534
  • Daniel Solon Dias de Farias Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Biociências, Departamento de Morfologia https://orcid.org/0000-0002-5923-8625
  • Flávio José de Lima Silva Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Laboratório de Monitoramento de Biota Marinha, Projeto Cetáceos da Costa Branca https://orcid.org/0000-0002-6521-9367
  • Silmara Rossi Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Biociências, Departamento de Morfologia https://orcid.org/0000-0003-0281-7236
  • Simone Almeida Gavilan Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Biociências, Departamento de Morfologia https://orcid.org/0000-0003-1163-9822
  • Vinícius Gabriel da Silva Santana Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Laboratório de Monitoramento de Biota Marinha, Projeto Cetáceos da Costa Branca https://orcid.org/0000-0002-9474-1189
  • Cibele Soares Pontes Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Escola Agrícola de Jundiaí, Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias https://orcid.org/0000-0003-1993-0032

Palavras-chave:

Eretmochelys imbricata, Lepidochelys olivacea, spawn, hatching success, threats

Resumo

Resumo: Este estudo permitiu o monitoramento de ninhos de tartarugas marinhas em uma região conhecida como Bacia Potiguar, que se estende da região norte do Estado do Rio Grande do Norte (5 ° 4’1,15 “S, 36 ° 4’36,41” W) até o leste do Estado do Ceará (4 ° 38’48,28 “S, 37 ° 32’52,08” W), no Brasil. Coletamos dados de janeiro de 2011 a dezembro de 2019 com o objetivo de identificar as espécies de tartarugas marinhas que desovam na bacia, analisar o padrão espaço-temporal de nidificação, as características dos ninhos, e registrar os efeitos de fatores ambientais e antrópicos. Uma equipe de campo examinou rastros de tartarugas marinhas e sinais de ninhos. As ninhadas das tartarugas foram monitoradas diariamente até que os filhotes emergissem dos ninhos. Monitoramos ninhos de tartarugas-de-pente (Eretmochelys imbricata; n = 238) e tartarugas-oliva (Lepidochelys olivacea; n = 103). A época de nidificação para E. imbricata ocorreu entre dezembro e maio e para L. olivacea de março a agosto. Tartarugas-de-pente apresentaram maior tamanho das ninhadas, tempo de incubação, número de ovos não eclodidos e número de filhotes mortos quando comparado com tartarugas-oliva; no entanto, apresentaram menor sucesso de eclosão. Precipitação entre 0 e 22 mm e umidade relativa (UR) maior que 69% aumentaram a taxa de sucesso de eclosão para E. imbricata; entretanto, chuvas acima de 11 mm e UR 64% tiveram o mesmo efeito para L. olivacea. Sinais de roubo de ovos e presença humana (por exemplo, tráfego de veículos e resíduos de plástico na praia) foram registrados e são considerados ameaças aos ninhos. Os resultados do nosso estudo de monitoramento de longo prazo na Bacia Potiguar fornecem base para a implementação de medidas de mitigação e adoção de políticas públicas em praias de desova nesta região brasileira.

Publicado

01/01/2021

Como Citar

Bomfim, A. da C., Farias, D. S. D. de, Silva, F. J. de L., Rossi, S., Gavilan, S. A., Santana, V. G. da S., & Pontes, C. S. (2021). Monitoramento de longo prazo de ninhos de tartarugas marinhas no nordeste do Brasil. Biota Neotropica, 21(3). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1820

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Loading...