Caminhos de cenários positivos para a floresta Amazônica no estado do Pará, Brasil

Autores

  • Juliana Siqueira-Gay Universidade de São Paulo, Escola Politécnica
  • Aurora Miho Yanai Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Coordenação de Dinâmica Ambiental
  • Janeth Lessmann Pontificia Universidad Católica de Chile, Facultad de Ciencias Biológicas, Departamento de Ecología
  • Ana Carolina M. Pessôa Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Divisão de Sensoriamento Remoto https://orcid.org/0000-0003-3285-8047
  • Danilo Borja University of Calgary, Department of Geography
  • Moara Canova Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
  • Rafael Cabral Borges Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas Pós-Graduação em Zoologia https://orcid.org/0000-0003-3031-1304

Palavras-chave:

Desmatamento, Biodiversidade, Serviços ecossistêmicos, Degradação florestal, Modelo conceitual, IPBES

Resumo

Resumo: Projetos de infraestrutura e expansão agrícola estão cada vez mais ameaçando a conservação florestal no estado do Pará (Brasil). Assim, torna-se necessário abordar as implicações dessas atividades no complexo sistema sócio ecológico da Amazônia, considerando aspectos materiais e não materiais das Contribuições da Natureza para as Pessoas (NCP).Vários estudos desenvolveram cenários para o futuro da floresta Amazônica, porém poucos foram aqueles focados em discutir futuros positivos, derivados da aplicação de políticas e de intervenções baseadas em estratégias de conservação e de sustentabilidade. Neste trabalho buscamos entender os principais fatores determinantes da mudança na cobertura florestal no estado do Pará, de forma a produzir cenários positivos para o futuro da floresta amazônica nesse estado. A partir da estrutura conceitual proposta pela Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) identificamos as principais pressões diretas e indiretas que influenciam na perda de floresta no estado, e os articulamos em um modelo conceitual. As pressões diretas identificadas foram: (i) construção de estradas; (ii) degradação florestal; (iii) projetos para construção de hidrelétricas; (iv) expansão urbana; (v) expansão da agricultura e da pecuária; (vi) ocupação de terras rurais; (vii) mineração; (viii) mudanças climáticas. As pressões indiretas identificadas foram: (i) demanda por energia; (ii) crescimento populacional; (iii) preços da terra; (iv) demanda por commodities; (v) hábitos de consumo. Assim, evidenciamos a importância do desenvolvimento de estratégias de conservação nas áreas de fronteiras de desmatamento devido à alta demanda e oferta por Contribuições da Natureza para as Pessoas (NCPs). Foram propostas políticas para influenciar mudança no gerenciamento da terra e nos hábitos de consumo de forma a abordar os principais fatores de mudança da cobertura florestal no estado. Por fim, nós construímos cenários futuros positivos que emergiriam da aplicação de políticas e ações voltadas para sustentabilidade da natureza e dos serviços ecossistêmicos. Com base em nossa avaliação, enfatizamos a importância do aprendizado social para que possam ser discutidos os caminhos que levam a futuros positivos, que consideram a integridade e o desenvolvimento tanto dos sistemas sociais quanto dos sistemas ecológicos..

Publicado

01/01/2020

Como Citar

Siqueira-Gay, J., Yanai, A. M., Lessmann, J., Pessôa, A. C. M., Borja, D., Canova, M., & Borges, R. C. (2020). Caminhos de cenários positivos para a floresta Amazônica no estado do Pará, Brasil. Biota Neotropica, 20(1). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1718

Edição

Seção

Artigos
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