Diversidade de caramujos de água doce Biomphalaria spp. e outros moluscos associados, em áreas de risco da esquistossomose, empregando ferramentas moleculares e espaciais

Autores

  • Raquel Gardini Sanches Palasio Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, Departamento de Epidemiologia https://orcid.org/0000-0003-1564-0871
  • Iara Giordano Xavier Superintendência de Controle de Endemias
  • Francisco Chiaravalotti-Neto Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, Departamento de Epidemiologia
  • Roseli Tuan Superintendência de Controle de Endemias, Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular https://orcid.org/0000-0001-7379-783X

Palavras-chave:

Biomphalaria, caramujos de água doce, biodiversidade, código de barras DNA, distribuição

Resumo

Resumo: A região do Médio Rio Paranapanema, em São Paulo, Brasil abriga uma diversidade significativa das espécies de Biomphalaria. É também uma região vulnerável a impactos ambientais e de saúde, como a esquistossomose. Este estudo atualiza dados sobre a distribuição de caramujos de água doce em ecossistemas de uma porção da Bacia do Médio Rio Paranapanema, com ênfase no gênero Biomphalaria. Os caramujos foram coletados de 114 corpos distintos de água doce, entre 2015 e 2018. Exemplares pertencentes ao gênero Biomphalaria foram identificados de acordo com características morfológicas e moleculares, enquanto animais de outros gêneros (Drepanotrema, Lymnaea, Melanoides, Physa e Pomacea) foram identificados somente de acordo com características da concha. Ferramentas de análise geoespaciais foram utilizadas para atualizar os sítios de colonização dos caramujos e, consequentemente, auxiliar na identificação de possíveis pontos críticos para hospedeiros intermediários da esquistossomose. As sequências do gene COI relacionadas ao DNA barcode foram testadas quanto à similaridade com sequências encontradas no GenBank, por análise filogenética sob maxima verossimilhança, e analisadas em ABDG, bPTP e GMYC para a delimitação de espécies putativas. Dos 10.722 moluscos coletados, 86,7% pertenciam a família Planorbidae (75,5% Biomphalaria e 11,2% Drepanotrema) e 13,3% a Lymnaea spp., Melanoides spp., Physa spp. e Pomacea spp. A comparação das sequências taxonômicas de COI com o banco de dados de nucleotídeos do NCBI, e a análise filogenética usada para testar a monofilia dos grupos, resultaram em delimitações taxonômicas comparáveis à delimitação morfológica. As espécies B. glabrata e B. tenagophila estão heterogeneamente distribuídas ao longo da área de estudo. B. glabrata foi identificada em apenas cinco coleções de água doce, quatro delas em Ourinhos, enquanto B. tenagophila predominou em Ipaussu. Por outro lado, B. straminea, B. occidentalis e B. peregrina estão distribuídas uniformemente na área de estudo.

Publicado

01/01/2019

Como Citar

Palasio, R. G. S., Xavier, I. G., Chiaravalotti-Neto, F., & Tuan, R. (2019). Diversidade de caramujos de água doce Biomphalaria spp. e outros moluscos associados, em áreas de risco da esquistossomose, empregando ferramentas moleculares e espaciais. Biota Neotropica, 19(4). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1674

Edição

Seção

Artigos
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