Coleta não invasiva de pelos de lontra Neotropical

Autores

  • Nuno M. Pedroso Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais https://orcid.org/0000-0001-6486-130X
  • Sofia V. Dias Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais
  • Thais Rovere Diniz-Reis Universidade de São Paulo, Centro de Energia Nuclear na Agricultura https://orcid.org/0000-0002-0005-4063
  • Margarida Santos-Reis Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais
  • Luciano Martins Verdade Universidade de São Paulo, Centro de Energia Nuclear na Agricultura

Palavras-chave:

armadilha de pelo, Lontra longicaudis, métodos não-invasivos, Brasil

Resumo

Resumo: O uso de técnicas de amostragem não-invasivas é aconselhado quando se trabalha com espécies ameaçadas de animais selvagens. Amostras de pelo fornecem informações ecológicas, como a identificação ao nível da espécie e do indivíduo. No entanto, a coleta de pelo é pouco usada em lontras, devido aos seus hábitos aquáticos. A maioria dos estudos é feita com indivíduos em cativeiro, existindo por isso a necessidade de testar métodos não invasivos de coleta de pelos de lontras na natureza. O objetivo deste estudo foi desenvolver um método simples e com uma boa relação custo-benefício para coletar pelos de espécies de lontra de maneira não invasiva. O estudo foi realizado no rio Paranapanema, Estado de São Paulo, Brasil, com a lontra Neotropical (Lontra longicaudis Olfers, 1818), uma espécie protegida. Armadilhas de pelo (estacas de madeira e raízes de árvores com fita adesiva ou bandas de cera depilatória) foram colocadas durante seis noites nas margens do rio, em trilhas e locais de marcação de lontra. As armadilhas foram iscadas com dejetos frescos de lontra de outros locais do rio. Das 23 armadilhas, 10 (43.7%) foram eficazes na coleta de pelos de lontra, maioritariamente pelos-guarda. As estacas foram muito mais eficientes que as raízes na captura de pelos de lontra (70.6.% vs. 0%) tal como a fita adesiva quando comparada com a cera (71,4% vs. 0%). A simplicidade e a eficiência do método sugerem que esta pode ser uma maneira econômica de coletar pelo de lontra sem a necessidade de capturar indivíduos. Este método pode ser usado para: levantamento da distribuição local da lontra; coleta de amostras de pelo de lontra para identificação sexual e individual (por meio de análise molecular); ecologia trófica (por meio de análise isotópica); ecotoxicologia (por meio de análise de contaminantes); e ecologia comportamental (por meio da determinação de níveis hormonais reprodutivos e ligados ao estresse). Mais campanhas de armadilhagem devem ser implementadas para melhor avaliar a eficiência do método.

Publicado

01/01/2018

Como Citar

Pedroso, N. M., Dias, S. V., Diniz-Reis, T. R., Santos-Reis, M., & Verdade, L. M. (2018). Coleta não invasiva de pelos de lontra Neotropical. Biota Neotropica, 18(4). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1607

Edição

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