Macrofauna do solo em plantações de café orgânico e convencional no Brasil

Autores

  • Janaina Biral dos Santos Universidade de Vila Velha, Laboratório de Microbiologia Ambiental e Biotecnologia
  • Alessandro Coutinho Ramos Universidade Estadual do Norte Fluminense, Laboratório de Fisiologia e Bioquímica
  • Romildo Azevedo Júnior Universidade de Vila Velha, Laboratório de Microbiologia Ambiental e Biotecnologia
  • Luís Carlos Iuñes de Oliveira Filho Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Agroveterinárias https://orcid.org/0000-0002-9010-481X
  • Dilmar Baretta Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Educação Superior do Oeste
  • Elke Jurandy Bran Nogueira Cardoso Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Departamento de Ciência do Solo

Palavras-chave:

bioindicadores, biologia do solo, ecologia do solo, fauna do solo, clima

Resumo

Resumo: O Brasil sempre foi um dos mais importantes países produtores de café. Ultimamente, houve um renovado interesse pelos sistemas alternativos de produção de café. O Estado do Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do Brasil; então, utilizaram-se plantações locais de café para avaliar as relações entre a macrofauna do solo e as propriedades químicas e microbiológicas do solo para identificar quais dessas propriedades discriminam mais efetivamente entre o sistema de manejo orgânico (SO) e o sistema de manejo convencional (SC) das plantações de café. Para cada um desses dois sistemas de cultivo, escolheu-se três fazendas de café que empregaram ambos os sistemas de cultivo e selecionaram os campos mais similares de cada propriedade. Em cada local, primeiro amostrou-se a serrapilheira do solo. Posteriormente, amostraram-se nove monólitos de solo para avaliar a macrofauna, tanto no verão como no inverno. Também, foram coletadas nove amostras suplementares de solo, a alguns centímetros dos monólitos de solo, para análises químicas e microbiológicas. A densidade da macrofauna foi avaliada por ANOVA e análise multivariada. As propriedades químicas e microbiológicas são variáveis ambientais, enquanto os dados sobre a macrofauna são as variáveis explicativas. O número total de indivíduos recuperados neste estudo foi de 3.354 e o clima, identificado pela época de amostragem, foi um ótimo modulador da macrofauna, com maiores números no inverno. A análise dos componentes principais mostrou que a umidade do solo, matéria orgânica, nitrogênio, fósforo, boro, cobre, pH, fosfatases ácido e alcalina e carbono da biomassa microbiana, foram os mais destacados para discriminar ambos os sistemas de cultivo. Encontraram-se diferenças significativas na densidade da macrofauna entre SO e SC, provavelmente devido a uma grande variabilidade geral, uma vez que houve uma tendência para valores muito maiores no SO. Detectou-se a interferência das propriedades químicas e microbiológicas do solo na comunidade de macrofauna em ambos os sistemas de cultivo de café, e alguns resultados claramente correlacionados muito melhor com os dados climáticos do que com outros fatores. A nosso conhecimento, esta é a primeira vez em que os dados apontam para uma clara separação entre a macrofauna do solo mais numerosa e diversificada em café com cultivo orgânico de que com um sistema de cultivo convencional.

Publicado

01/01/2018

Como Citar

Santos, J. B. dos, Ramos, A. C., Azevedo Júnior, R., Oliveira Filho, L. C. I. de, Baretta, D., & Cardoso, E. J. B. N. (2018). Macrofauna do solo em plantações de café orgânico e convencional no Brasil. Biota Neotropica, 18(2). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1515

Edição

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