Predação de antas (Tapirus terrestris) por morcegos vampiros (Desmodus rotundus) em área de Mata Atlântica no sudeste do Brasil
Palavras-chave:
armadilha fotográfica, Chiroptera, hematofagia, micropredação, Reserva Biológica de SooretamaResumo
Resumo Apesar de sua ampla distribuição geográfica, pouco se conhece sobre a dieta do morcego vampiro (Desmodus rotundus). A espécie é considerada exclusivamente hematófaga, sendo os mamíferos de médio e grande porte suas principais presas. O presente trabalho apresenta evidências de predação de antas (Tapirus terrestris) por morcegos vampiros a partir de registros obtidos por armadilhas fotográficas em uma área protegida localizada no norte do estado do Espírito Santo, sudeste do Brasil. A partir dos registros fotográficos obtidos, foi possível observar que o morcego tentou acessar a anta pela parte dorsolateral posterior do corpo, utilizando o estrato médio da vegetação como ponto de apoio e observação entre as consecutivas investidas sobre a presa. Na mesma área, também foram registrados dois eventos de investida de morcegos sobre boi-doméstico (Bos sp.), mas, nestes casos, os ataques ocorreram a partir da região escapular da presa. O registro obtido representa o primeiro registro documentado de ataque de Desmodus rotundus sobre anta na Mata Atlântica brasileira e um dos primeiros na América do Sul de forma geral, havendo registros anteriores no Pantanal (Brasil) e na Floresta Amazônica (Equador). Ressalta-se que a utilização de presas silvestres e domésticas por Desmodus rotundus em uma mesma localidade pode favorecer a transmissão de raiva para populações de mamíferos silvestres, bem como para os rebanhos e outras espécies domésticas, podendo vir a representar um problema econômico e de saúde pública com efeitos negativos também sobre as espécies silvestres.Downloads
Publicado
01/01/2017
Como Citar
Gnocchi, A. P., & Srbek-Araujo, A. C. (2017). Predação de antas (Tapirus terrestris) por morcegos vampiros (Desmodus rotundus) em área de Mata Atlântica no sudeste do Brasil. Biota Neotropica, 17(3). Recuperado de https://www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1448
Edição
Seção
Short Communications