Deslocamento de longa distância por um grande morcego frugívoro, Artibeus lituratus (Olfers, 1818), no sudeste do Brasil (Chiroptera, Phyllostomidae): evidência de migração de morcegos Neotropicais?

Autores

  • Ives Simões Arnone Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências
  • Eleonora Trajano Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências
  • Atenisi Pulchério-Leite Universidade Federal do Paraná, Departamento de Zoologia
  • Fernando de Camargo Passos Universidade Federal do Paraná, Departamento de Zoologia

Palavras-chave:

Marcação-recaptura, uso do espaço, Mata Atlântica

Resumo

Migrações em morcegos brasileiros têm sido inferidas a partir de variações sazonais nas abundâncias regionais das populações, provavelmente condicionadas por flutuações na temperatura e na disponibilidade de alimento. No entanto, registros de deslocamentos individuais de média a longa distância, ultrapassando suas áreas domiciliares (> 10 km), comprovados através de marcação e recaptura, são restritos aos grandes morcegos frugívoros do gênero Artibeus (Phyllostomidae). Registramos, aqui, o maior deslocamento já publicado, de ca. 113 km em linha reta, entre localidades com diferença de altitude de 738 m, respectivamente em floresta mista de araucárias, região de Curitiba, PR, e em Mata Atlântica, Alto Ribeira, SP, realizado por uma fêmea de Artibeus lituratus (Olfers, 1818), em um intervalo máximo de 14 meses. Este dado é consistente com a ocorrência de movimentos migratórios em Artibeus spp. ao longo de áreas bastante extensas, provavelmente através de várias etapas de forrageio. As implicações para a conservação desses quirópteros são claras, uma vez que os animais desta espécie podem ter áreas de vida bem maiores que suas áreas domiciliares (de forrageio), abrangendo mais de um bioma e ultrapassando limites geopolíticos.

Publicado

03/01/2016

Como Citar

Arnone, I. S., Trajano, E., Pulchério-Leite, A., & Passos, F. de C. (2016). Deslocamento de longa distância por um grande morcego frugívoro, Artibeus lituratus (Olfers, 1818), no sudeste do Brasil (Chiroptera, Phyllostomidae): evidência de migração de morcegos Neotropicais?. Biota Neotropica, 16(1). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1352

Edição

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