Aranhas sinantrópicas em três bairros da cidade de Salvador, Bahia, Brasil (Arachnida, Araneae)

Autores

  • Tania K. Brazil Universidade Federal da Bahia, Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos, Instituto de Biologia
  • Lina Maria Almeida-Silva Universidade Federal da Bahia, Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos, Instituto de Biologia
  • Clarissa Machado Pinto-Leite Universidade Federal da Bahia, Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos, Instituto de Biologia
  • Rejâne Maria Lira-da-Silva Universidade Federal da Bahia, Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos, Instituto de Biologia
  • Marcelo César Lima Peres Universidade Federal da Bahia, Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos, Instituto de Biologia
  • Antonio Domingos Brescovit Laboratório de Artrópodes Peçonhentos

Palavras-chave:

Sinantropia, aranhas, domiciliar, peridomiciliar

Resumo

Para avaliar quais as aranhas sinantrópicas de Salvador e relacionar a sua distribuição com a estrutura física das residências, e a composição das espécies com o tempo de ocupação urbana, investigou-se 3 bairros escolhidos segundo sua idade aproximada: Santo Antônio Além do Carmo (300-400 anos), Itapuã (100-300) e Pituba (menos de 50). A base amostral para residências correspondeu a 10% do setor censitário, com 6 capturadores realizando entrevistas concomitantes às capturas, nos domicílios e peridomicílios. Foram coletados 677 aranhas, 329 adultos, identificados em 13 espécies e 17 morfoespécies, distribuídas em 10 famílias, de novembro 2002 a junho 2003, num esforço amostral de 30 minutos/domicílio (n=71) ou peridomicílio. Pholcidae (n=256), Oecobiidae (n=184) e Uloboridae (n=59) foram as três famílias mais abundantes. Oecobius concinnus, única espécie de Oecobiidae registrada, esteve restrita aos bairros recentes e a sua ausência inesperada no bairro mais antigo sugere a existência de algum fator restritivo à sua permanência, havendo necessidade de continuar a investigação. Smeringopus pallidus foi mais freqüente no bairro mais antigo e Physocyclus globosus (Pholcidae) ocorreu nos três bairros. Houve diferença significativa tanto na abundância das espécies como na estrutura física dos domicílios entre os bairros mais antigo e mais recente, indicando que as características coloniais do primeiro devem favorecer a permanência das espécies sinantrópicas identificadas, especialmente aquelas que têm hábito lucífugo e de permanência em cantos de paredes como as Pholcidae. A ocorrência das espécies mais freqüentes pode estar associada ao tempo de ocupação antrópica dos bairros da cidade.

Publicado

01/01/2005

Como Citar

Brazil, T. K., Almeida-Silva, L. M., Pinto-Leite, C. M., Lira-da-Silva, R. M., Peres, M. C. L., & Brescovit, A. D. (2005). Aranhas sinantrópicas em três bairros da cidade de Salvador, Bahia, Brasil (Arachnida, Araneae). Biota Neotropica, 5(1). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/133

Edição

Seção

Inventários

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