Estrutura do sub-bosque em duas fases sucessionais de um fragmento de Floresta Estacional Semi-decidual do sul do Brasil

Autores

  • Geraldo Ceni Coelho Universidade Federal da Fronteira Sul, Departamento de Biologia e Química
  • Marivana da Silva Rigo Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
  • Juliana Boniatti Libardoni Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
  • Rosemeri de Oliveira Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
  • Glaci Benvenuti-Ferreira Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

conservação da biodiversidade, fixação biológica de nitrogênio, sucessão secundária, Floresta Atlântica da Bacia do Rio Uruguai, Floresta Subtropical

Resumo

O conhecimento da estrutura e composição dos estratos florestais contribui para a compreensão do estado de conservação e dinâmica das comunidades vegetais. O estudo do estrato inferior florestal é importante para o conhecimento sobre os processos de sucessão. O remanescente de Floresta Subtropical Estacional denominado Mato do Silva (27º 55' 26" S e 53º 53' 15" O) foi estudado objetivando descrever a estrutura do estrato arbustivo na floresta em estádio avançado de sucessão e na floresta secundária, sendo esta formada em uma antiga área agrícola abandonada há 11 anos, e que possui estrato superior dominado por timbó (Ateleia glazioveana Baill.). A amostragem fitossociológica foi realizada através do método de quadrantes e incluiu indivíduos de espécies lenhosas arbustivas e arbóreas entre 0,5 e 3 m de altura. Foram amostrados 384 indivíduos na área de floresta avançada (67 espécies) e 284 na área de floresta secundária (20 espécies). Foram observadas 79 espécies no total, e somente oito ocorreram em ambas as áreas. A diversidade específica (H') foi de 3,45 e 2,42 nats, respectivamente. O índice J de equitabilidade foi 0,85 para LF e 0,80 para SF, respectivamente. Na área de floresta estacional avançada, destacaram-se Cupania vernalis Camb. e Psychotria leiocarpa Müll. Arg., enquanto que na floresta secundária A. glazioveana e Solanum mauritianum Scop. As espécies esciófilas ou secundárias tardias foram dominantes no estrato inferior da floresta estacional avançada, enquanto que na floresta secundária predominaram as espécies arbóreas pioneiras e secundárias iniciais. Além disso, certas espécies dominantes na floresta secundária estão ausentes no estrato inferior da floresta avançada, tais como A. glazioveana, Solanum compressum L. B. Sm. & Downs, Helietta apiculata Benth. e Gledtisia amorphoides (Griseb.) Taubert, o que indica que estas espécies estão associadas a estádios iniciais de sucessão florestal. G. amorphoides é considerada em perigo de extinção, e os estádios sucessionais iniciais podem ser necessários para a conservação desta espécie. Observou-se uma redução do pH e concentração de nutrientes minerais associada ao processo sucessional, o que indica transferência de nutrientes para a biomassa aérea.

Publicado

09/01/2011

Como Citar

Coelho, G. C., Rigo, M. da S., Libardoni, J. B., Oliveira, R. de, & Benvenuti-Ferreira, G. (2011). Estrutura do sub-bosque em duas fases sucessionais de um fragmento de Floresta Estacional Semi-decidual do sul do Brasil. Biota Neotropica, 11(3). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/869

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