Florestas de restinga e de terras baixas na planície costeira do sudeste do Brasil: vegetação e heterogeneidade ambiental

Autores

  • Marco Antonio Assis Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro, Departamento de Botânica
  • Eduardo Magalhães Borges Prata Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro, Departamento de Botânica
  • Fernando Pedroni Universidade Federal de Mato Grosso, Departamento de Ciências Biológicas e da Saúde
  • Maryland Sanchez Universidade Federal de Mato Grosso, Departamento de Ciências Biológicas e da Saúde
  • Pedro Vasconcellos Eisenlohr Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia, Departamento de Biologia Vegetal

Palavras-chave:

floresta atlântica, biomassa, serapilheira, análise multivariada

Resumo

Foram avaliadas semelhanças florísticas entre duas fisionomias de Floresta Atlântica na região costeira do Brasil, denominadas Floresta de Restinga e Floresta das Terras Baixas. A hipótese era que, devido à diferença nos processos geomorfológicos, essas duas florestas difeririam em variáveis físico-químicas dos solos, composição florística, biomassa aérea e produção de serapilheira. O trabalho foi conduzido em uma área de 1 ha (100 × 100 m) em cada tipo de floresta, no município de Ubatuba, São Paulo. Foram registrados e medidos todos os indivíduos arbóreos com DAP > 4,8 cm e coletadas amostras de solo e serapilheira. As análises de agrupamento e de ordenação indicaram que os solos e principalmente a flora distribuem-se como grupos bem definidos, concordando com a hipótese de distinção entre as duas florestas. A diversidade de espécies foi maior (p < 0.0001) na Floresta de Terras Baixas (H' = 4,00 nats.indivíduo-1) do que na Restinga (H' = 3,38 nats.indivíduo-1). No entanto, a produção de serapilheira e a biomassa não diferiram (p > 0,05) entre as duas florestas. Esse aparente paradoxo poderia ser explicado supondo-se que, uma vez que espécies diferentes consigam se estabelecer na Restinga ou nas Terras Baixas e encontrem um espectro favorável de condições e recursos, elas tenderiam a persistir e se desenvolver naquele local; nesse caso, embora as condições edáficas difiram entre as duas áreas, cada espécie responderia de modo particular a essas variações, de modo que as florestas poderiam atingir valores semelhantes de biomassa e produção de serapilheira. É provável que o filtro ambiental condicionado pelos solos esteja sendo importante para a forte separação florística entre essas duas florestas.

Publicado

06/01/2011

Como Citar

Assis, M. A., Prata, E. M. B., Pedroni, F., Sanchez, M., & Eisenlohr, P. V. (2011). Florestas de restinga e de terras baixas na planície costeira do sudeste do Brasil: vegetação e heterogeneidade ambiental. Biota Neotropica, 11(2). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/763

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