Características da reprodução de tartarugas marinhas (Testudines, Cheloniidae) no litoral sul da Bahia, Brasil

Autores

  • Cássia Santos Camillo Universidade Estadual de Santa Cruz, Programa de Pós-graduação em Zoologia
  • Renato de Mei Romero Universidade Estadual de Santa Cruz, Programa de Pós-graduação em Zoologia
  • Luciano Gerolim Leone Universidade Estadual de Santa Cruz, Programa de Pós-graduação em Zoologia
  • Renata Lucia Guedes Batista Universidade Estadual de Santa Cruz, Programa de Pós-graduação em Zoologia
  • Raquel Sá Velozo Universidade Estadual de Santa Cruz, Programa de Pós-graduação em Zoologia
  • Sérgio Luiz Gama Nogueira-Filho Universidade Estadual de Santa Cruz, Programa de Pós-graduação em Zoologia

Palavras-chave:

tartaruga cabeçuda, tartaruga de pente, sucesso de eclosão, duração da incubação, APA Itacaré-Serra Grande

Resumo

Poucos estudos foram realizados sobre a nidificação de tartarugas marinhas no litoral sul da Bahia, região que está passando por um processo rápido de ocupação turística que pode ameaçar ainda mais estas espécies. Por estes motivos, este estudo teve como objetivos identificar as espécies de tartarugas marinhas que desovam no local e descrever as principais características de suas ninhadas. Durante quatro temporadas reprodutivas, de 2004 a 2008, foram identificados e monitorados os ninhos encontrados nas praias localizadas entre Uruçuca e Itacaré no litoral sul da Bahia. As variáveis coletadas foram: tamanho de ninhada, duração da incubação, sucesso de eclosão e fases de mortalidade embrionária. Foi registrada uma média de 37 ± 6,2 ninhos por temporada, com maior freqüência de ninhos das espécies Caretta caretta e Eretmochelys imbricata, tendo sido registradas também desovas esporádicas de Chelonia mydas. A temporada de desova de C. caretta ocorre de outubro a janeiro e de E. imbricata de dezembro a março. Este deslocamento temporal das temporadas reprodutivas pode estar relacionado a uma adaptação para minimizar a competição interespecífica. Além da época de nidificação, as duas espécies diferiram no tamanho de suas ninhadas, mas não diferiram na duração da incubação e no sucesso de eclosão. Diante dos resultados, acredita-se que áreas com baixa concentração de ninhos também devem ser alvo de programas de conservação, devido à sua relevância para a ampliação da variação genotípica e, sobretudo, fenotípica, das espécies de tartarugas marinhas, de forma que as mesmas possam se adaptar e sobreviver às constantes ameaças às quais estão submetidas. Tais programas de conservação podem ser estabelecidos por meio de parcerias entre organizações não governamentais e instituições privadas e a instituição governamental responsável pela conservação das tartarugas marinhas (Centro TAMAR/ICMBio).

Publicado

06/01/2009

Como Citar

Camillo, C. S., Romero, R. de M., Leone, L. G., Batista, R. L. G., Velozo, R. S., & Nogueira-Filho, S. L. G. (2009). Características da reprodução de tartarugas marinhas (Testudines, Cheloniidae) no litoral sul da Bahia, Brasil. Biota Neotropica, 9(2). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/497

Edição

Seção

Artigos

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