Variação espacial e temporal na fauna de peixes em poças de maré do nordeste do Brasil

Autores

  • Francisca Edna de Andrade Cunha UFPE, Departamento de Oceanografia, IMAT
  • Cassiano Monteiro-Neto Universidade Federal Fluminense, Departamento de Biologia Marinha
  • Mara Carvalho Nottingham UFPE, Departamento de Oceanografia, IMAT

Palavras-chave:

peixes de poças de maré, fatores ambientais, sazonalidade, diversidade, abundância

Resumo

Investigamos quantitativamente variações espaciais e temporais, assim como os fatores ambientais que podem influenciar a estrutura da fauna de peixes em poças de maré da praia de Iparana, nordeste do Brasil. A maioria dos peixes registrados eram indivíduos suprabênticos jovens de grande mobilidade. Registramos, através de censos visuais subaquáticos diurnos mensais, um total de 4.750 peixes pertencentes a 26 espécies, representados principalmente por residentes parciais das famílias Scaridae, Haemulidae, Gerreidae e Pomacentridae. Os números de espécies e indivíduos mostraram variação significativa entre as poças amostradas com relação ao seu volume e tipo de cobertura do substrato. As maiores abundância e riqueza de espécies foram associadas à presença de rochas cobertas com algas, sugerindo que a complexidade estrutural do substrato é um dos principais fatores que define a estrutura espacial da ictiofauna em poças de marés. A variabilidade temporal em abundância e riqueza de espécies foi associada com variações de salinidade devido à sazonalidade das chuvas. Um maior número de peixes jovens registrados entre dezembro e maio corrobora a hipótese de que as poças de maré funcionam como berçários. Portanto, as associações de espécies encontradas neste estudo, assim como suas relações de descontinuidades sazonais e espaciais podem ser explicadas parcialmente de acordo com as exigências de hábitat e ciclos reprodutivos.

Publicado

01/01/2007

Como Citar

Cunha, F. E. de A., Monteiro-Neto, C., & Nottingham, M. C. (2007). Variação espacial e temporal na fauna de peixes em poças de maré do nordeste do Brasil. Biota Neotropica, 7(1). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/260

Edição

Seção

Artigos
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