Contribuição da ciência cidadã no registro da espécie invasora Hedychium coronarium no estado de São Paulo, Brasil

Resumo

Resumo A ciência cidadã pode ser uma ferramenta poderosa na contribuição em estudos sobre espécies invasoras, atuando na detecção precoce de invasões e facilitando a implementação de medidas de contenção e manejo. Este estudo adotou uma abordagem de ciência cidadã para aumentar o número de registros da espécie invasora Hedychium coronarium no estado de São Paulo, associando a participação pública à conscientização sobre invasões biológicas e disseminação de conhecimento científico. Para introduzir o tema “invasões biológicas” numa abordagem que alia conceitos teórico-práticos e à capacitação de pessoas sem formação científica específica, foram realizadas seis oficinas em Unidades de Conservação (UC) do estado de São Paulo, que tiveram como público-alvo gestores e funcionários das UCs, professores de escolas e moradores locais. Após as oficinas, foi observado um aumento significativo nos registros de espécies (de 54 para 212, aumento de 407,7%) e no número de usuários cadastrados na plataforma iNaturalist (de 45 para 126, aumento de 280%). Em relação aos observadores, a maior participação foi de usuários que não especificaram sua área de atuação profissional, seguidos por profissionais relacionadas às Ciências Biológicas e Ciências da Terra. Esses dados indicam que a ciência cidadã pode engajar um público mais amplo, atraindo pessoas de diversas origens para o monitoramento de espécies invasoras. Como as oficinas foram realizadas dentro de UCs, é possível que isso tenha atraído mais os observadores relacionados a campos biológicos. O treinamento proporcionou aos participantes a oportunidade de aprender sobre conceitos ecológicos, metodologias de pesquisa e princípios científicos por meio de atividades práticas e aprendizado experimental. Ao se envolverem na coleta e análise de dados, os participantes desenvolveram habilidades na avaliação de evidências e ganharam interesse em atividades científicas, incentivando outros a se envolverem no mapeamento de H. coronarium. Essa iniciativa pode servir como piloto para um projeto mais amplo de monitoramento de espécies invasoras em diferentes biomas brasileiros, fortalecendo a interação entre cientistas, gestores e sociedade civil para combater invasões biológicas.