Atributos das árvores hospedeiras, e não a diversidade da comunidade, conduzem a abundância de epífitas em florestas tropicais sazonais

Autores

  • Dimitrio Fernandes Schievenin Universidade Estadual Paulista, Departamento de Ciência Florestal, Solos e Ambiente https://orcid.org/0000-0003-3567-9159
  • Camila Alonso Santos Prefeitura da Cidade Universitária “Zeferino Vaz”
  • Karina de Lima Prefeitura Municipal de Jundiaí
  • Antônio Carlos Galvão de Melo Fundação Florestal – Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo https://orcid.org/0000-0003-1985-6098
  • Vera Lex Engel Universidade Estadual Paulista, Departamento de Ciência Florestal, Solos e Ambiente
  • Giselda Durigan Universidade Estadual Paulista, Departamento de Ciência Florestal, Solos e Ambiente

Resumo

Resumo Epífitas são consideradas indicadores de integridade ecológica em florestas, mas os fatores que explicam sua abundância ainda não são bem compreendidos. Neste estudo, avaliamos a colonização por epífitas em antigos talhões monoespecíficos de Astronium urundeuva (M.Allemão) Engl. (Anacardiaceae) e Eucalyptus saligna Sm. (Myrtaceae), em comparação com um fragmento vizinho de floresta estacional semidecidual sob condições ambientais semelhantes. Em cada tipologia florestal, identificamos e medimos todas as árvores (plantadas e que colonizaram os locais) a partir de 5 cm de diâmetro à altura padrão, em cinco parcelas de 200 m². Nelas, também quantificamos todas as epífitas vasculares por árvore. Em busca de uma explicação funcional para as diferenças entre espécies, utilizamos rugosidade da casca, deciduidade da copa e taxa de crescimento como atributos potencialmente relevantes. A abundância das epífitas e a frequência de forófitos foi maior no talhão de A. urundeuva do que na floresta nativa, com o talhão de E. saligna ocupando uma posição intermediária. Encontramos evidências, também, de que os atributos dos forófitos influenciaram a abundância de epífitas em seus troncos. Os forófitos apresentaram maior perímetro médio e altura que as árvores não hospedeiras, o que indica que a colonização é mais provável de ocorrer em árvores mais velhas. A abundância média de epífitas por árvore foi maior em espécies com casca rugosa, mas nem a deciduidade da copa, nem a velocidade de crescimento exerceram efeito neste aspecto. Evidenciamos, portanto que, plantações florestais, ainda que monoespecíficas, podem prover habitat para epífitas. Contudo, em nível de comunidade, o sucesso da colonização, seja em florestas nativas ou restauradas, depende da abundância relativa de espécies cujo tipo de casca favorece o estabelecimento de epífitas.

Publicado

01/01/2024

Como Citar

Schievenin, D. F., Santos, C. A., Lima, K. de, Melo, A. C. G. de, Engel, V. L., & Durigan, G. (2024). Atributos das árvores hospedeiras, e não a diversidade da comunidade, conduzem a abundância de epífitas em florestas tropicais sazonais. Biota Neotropica, 24(1). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/2038

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Loading...