Novidades do estrato herbáceo em uma região chave para a conservação da Amazônia Meridional

Autores

  • Sandra Cristina Gallo Universidade do Estado de Mato Grosso, Laboratório de Ecologia
  • Mônica A. Cupertino-Eisenlohr Universidade Federal de Mato Grosso https://orcid.org/0000-0002-4856-3588
  • Dennis Rodrigues da Silva Universidade do Estado de Mato Grosso, Laboratório de Ecologia https://orcid.org/0000-0002-3479-0106
  • Cassia Beatriz Rodrigues Munhoz Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Botânica, Campus Darcy Ribeiro https://orcid.org/0000-0002-7990-6715
  • Pedro V. Eisenlohr Universidade do Estado de Mato Grosso, Laboratório de Ecologia https://orcid.org/0000-0002-5912-8370

Resumo

Resumo A contribuição do estrato herbáceo para a diversidade de plantas tropicais é considerável, mas esse componente permanece subamostrado. Investigamos questões florísticas, estruturais, ecológicas e de conservação relacionadas ao componente herbáceo de uma floresta estacional decidual associada a afloramentos rochosos graníticos na região do Cristalino, que é uma área chave para a conservação da biodiversidade na Amazônia brasileira. Instalamos um plot permanente de 1 ha, alocando 10 linhas de 20 m cada. Identificamos os indivíduos amostrados, medimos altura e projeção e verificamos cobertura e frequência por espécie, gênero e família. Registramos 86 espécies, 62 gêneros e 25 famílias, sendo Orchidaceae a família com maior riqueza de espécies. Entre as 26 novas espécies adicionadas à Flora do Cristalino, incluímos Philodendron deflexum Poepp ex Schott e Griffinia nocturna Ravenna, esta última ‘Criticamente Ameaçada’. Além disso, a ocorrência de G. nocturna em uma matriz florestal amazônica é uma novidade neste estudo. A estimativa da diversidade de espécies de acordo com Shannon-Wiener (H ‘) foi 2,43 nats / ind.-1 (equivalente a 11,37 ± 0,90 IC95% espécies igualmente comuns), e de acordo com Simpson (1/D), 6,82 (± 0,648 IC95%). As curvas de rarefação e extrapolação para as estimativas de diversidade tenderam à estabilização. Embora a vegetação associada a afloramentos rochosos em geral apresente um elevado número de espécies endêmicas, esse padrão não foi encontrado para a nossa área de estudo, o que pode ser explicado pela sua ocorrência contínua à matriz florestal. O sub-bosque da nossa área de estudo apresenta mistura de floras, sendo composto principalmente por espécies dos biomas Amazônia e/ou Cerrado. Diante das pressões antrópicas existentes no sul da Amazônia, reforçamos a importância da realização de inventários das comunidades herbáceas desse bioma, já que o risco de perda de espécies é ainda mais alarmante quando consideramos a subamostragem desse componente.

Publicado

01/01/2022

Como Citar

Gallo, S. C., Cupertino-Eisenlohr, M. A., Silva, D. R. da, Munhoz, C. B. R., & Eisenlohr, P. V. (2022). Novidades do estrato herbáceo em uma região chave para a conservação da Amazônia Meridional. Biota Neotropica, 22(3). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1916

Edição

Seção

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