Redes de beija-flor-planta em campos rupestres e florestas ripárias em áreas de altitude do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais, Brasil

Autores

  • Monique Maianne Universidade Federal de São Carlos, Laboratório de Aves Neotropicais, Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva https://orcid.org/0000-0003-2625-4183
  • Carolline Zatta Fieker Universidade Federal de São Carlos, Laboratório de Aves Neotropicais, Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva https://orcid.org/0000-0003-0491-3520
  • Manoel Martins Dias Universidade Federal de São Carlos, Laboratório de Aves Neotropicais, Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva
  • Matheus Gonçalves dos Reis Universidade Federal de São Carlos, Laboratório de Aves Neotropicais, Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva https://orcid.org/0000-0002-3861-2032

Resumo

Resumo: Beija-flores são especializados no consumo de néctar e desempenham um papel importante em comunidades de plantas Neotropicais, agindo como organismos polinizadores. Apesar da importância dessa relação mutualística, estudos sobre a relação de plantas e beija-flores ainda são escassos no Cerrado. Neste estudo, objetivamos descrever a rede de interações entre beija-flores e plantas em campos rupestres e matas ripárias localizadas em áreas de altitude do Parque Nacional da Serra da Canastra. Estabelecemos dois transectos em cada fitofisionomia, os quais foram amostrados mensalmente durante quatro dias, de novembro de 2018 a outubro de 2019. Plantas em floração em cada transecto foram observadas em cada amostragem, e todos os beija-flores visitantes foram registrados. As redes de interação foram construídas utilizando o pacote bipartite do R, considerando cada fitofisionomia e agrupando os dados de ambos os ambientes. Destes três arranjos de rede, extraímos métricas complementares no nível de comunidade (modularidade, aninhamento e índice de especialização de rede) e no nível de espécies (índice de especialização da espécie e força da espécie na rede). Registramos 647 interações entre 10 espécies de beija-flores e 23 espécies de plantas. O beija-flor Colibri serrirostris foi o responsável pela maior parte das interações ave-planta observadas e a planta Qualea cordata foi a mais visitada. A rede geral foi significativamente modular com quatro módulos e apresentou considerável especialização e baixo aninhamento. A rede de interações no campo rupestre apresentou maior especialização, aninhamento e índice de modularidade quando comparada à mata ripária, enquanto as métricas deste ecossistema não foram diferentes da rede geral. Entretanto, as métricas no nível de espécies de beija-flores não apresentaram diferenças significativas entre as fitofisionomias. Este estudo corrobora alguns resultados de redes de beija-flores-plantas em outras áreas do domínio do Cerrado, mas também aponta idiossincrasias nas redes das fitofisionomias investigadas, especialmente os campos rupestres.

Publicado

01/01/2022

Como Citar

Maianne, M., Fieker, C. Z., Dias, M. M., & Reis, M. G. dos. (2022). Redes de beija-flor-planta em campos rupestres e florestas ripárias em áreas de altitude do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais, Brasil. Biota Neotropica, 22(2). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1901

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