Um “hotspot” dentro de um hotspot: os répteis da Estação Ecológica e Área de Proteção Ambiental de Murici, Mata Atlântica do nordeste do Brasil

Autores

  • Marcos Jorge Matias Dubeux Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Biociências, Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal https://orcid.org/0000-0003-3049-1720
  • José Vieira de Araújo Neto Universidade Federal de Alagoas, Museu de História Natural, Setor de Herpetologia
  • Ingrid Carolline Soares Triburcio Universidade Federal de Alagoas, Museu de História Natural, Setor de Herpetologia
  • Barnagleison Silva Lisboa Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Biociências, Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
  • Selma Torquato Universidade Federal de Alagoas, Museu de História Natural, Setor de Herpetologia
  • Marco Antônio de Freitas Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Estação Ecológica de Murici
  • Eliza Maria Xavier Freire Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Botânica e Zoologia, Laboratório de Herpetologia
  • Míriam Camargo Guarnieri Universidade Federal de São Paulo, Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva
  • Tamí Mott Universidade Federal de Alagoas, Museu de História Natural, Setor de Herpetologia https://orcid.org/0000-0002-5896-4780

Resumo

Resumo: Atualmente o hotspot da Mata Atlântica tem menos de 11% de sua cobertura original. Porém aproximadamente 300 espécies de répteis são conhecidas por habitar esta ecorregião, das quais 34% são endêmicas. A criação de unidades de conservação representa uma estratégia de preservação de ecossistemas e gestão do uso do solo, e para o manejo adequado dessas áreas protegidas é fundamental a informação sobre a biodiversidade local. Apresentamos aqui a primeira lista de espécies de répteis para a Estação Ecológica e Área de Proteção Ambiental de Murici, duas unidades de conservação parcialmente sobrepostas localizadas no estado de Alagoas, um dos conjuntos de remanescentes florestais mais importantes para a conservação da Mata Atlântica no nordeste do Brasil. A lista de espécies foi construída com base em expedições e encontros ocasionais na área entre 1994 e 2022. Um total de 89 espécies de répteis foram registradas durante os 28 anos de coleta, sendo duas espécies de Crocodylia, três espécies de Testudines e 84 espécies de Squamata. Essa riqueza é de longe uma das maiores já documentadas para a Mata Atlântica. Além disso, duas espécies registradas na área são consideradas ameaçadas segundo a lista nacional (Amerotyphlops paucisquamus e Bothrops muriciensis) e seis são definidas como dados insuficientes para a avaliação de seu status de conservação. Três espécies são registradas pela primeira vez na Mata Atlântica ao norte do rio São Francisco: Dipsas indica, Trilepida salgueiroi e Cercophis auratus. Afirmamos que a lista de espécies aqui fornecida servirá como ponto de partida para novos estudos neste rico “hotspot” de répteis dentro da Mata Atlântica.

Publicado

01/01/2022

Como Citar

Dubeux, M. J. M., Araújo Neto, J. V. de, Triburcio, I. C. S., Lisboa, B. S., Torquato, S., Freitas, M. A. de, Freire, E. M. X., Guarnieri, M. C., & Mott, T. (2022). Um “hotspot” dentro de um hotspot: os répteis da Estação Ecológica e Área de Proteção Ambiental de Murici, Mata Atlântica do nordeste do Brasil. Biota Neotropica, 22(2). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1900

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