Composição de espécies de pequenos mamíferos não voadores do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo, Brasil

Autores

  • Cauê Monticelli Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Divisão de Ciências Biológicas, Setor de Mamíferos https://orcid.org/0000-0003-3680-0491
  • Thatiane Cristina Antunes Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Divisão de Ciências Biológicas, Setor de Mamíferos https://orcid.org/0000-0003-3661-2191
  • Kauê Souza de Moraes Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Divisão de Ciências Biológicas, Setor de Mamíferos
  • Luan Henrique Morais Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Divisão de Ciências Biológicas, Setor de Mamíferos
  • Amanda Alves de Moraes Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Divisão de Ciências Biológicas, Setor de Mamíferos

Palavras-chave:

Rodentia, Didelphimorphia, inventário, mastofauna

Resumo

Resumo: Este é o primeiro inventário para pequenos mamíferos não voadores no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI), uma Unidade de Conservação da cidade de São Paulo. A coleta de dados ocorreu entre 2015 e 2017, em 16 campanhas de cinco dias cada. Quatro diferentes fitofisionomias foram amostradas entre os períodos seco e chuvoso. Amostramos os pequenos mamíferos não voadores utilizando armadilhas de captura viva. Foram capturadas 11 espécies, sendo seis de roedores e cinco de marsupiais. O esforço amostral foi de 5.600 armadilhas/noite, com 527 eventos de captura, sendo 174 marsupiais e 128 roedores. As recapturas representaram 42.7% do total de eventos. Não foi observada diferença significativa entre riqueza e abundância de pequenos mamíferos não voadores entre as diferentes fitofisionomias. Nós também não encontramos diferença significativa na riqueza e abundância de pequenos mamíferos entre o período seco e chuvoso. A abundância relativa (Ar) e o índice de constância (C) das espécies foram calculados, demonstrando que as três espécies mais abundantes e comuns no PEFI são: Didelphis aurita, Akodon montensis e Oligoryzomys nigripes, as quais representaram 93.7% das capturas. As armadilhas Tomahawk foram responsáveis por 69% do total de capturas, e as armadilhas de queda foram responsáveis por detectar a maior riqueza, capturando 81.8% das espécies. Comparando a eficiência dos diferentes métodos de amostragem para capturar os pequenos mamíferos do PEFI, nós observamos diferença significativa entre pitfall versus Tomahawk do sub-bosque e pitfall versus Sherman também do sub-bosque. Os resultados obtidos neste estudo condizem com o histórico e situação atual do fragmento florestal, considerado em recuperação após ser severamente alterado por ações antrópicas. Diante do cenário de degradação e isolamento, é muito provável que no PEFI tenha existido um processo de defaunação que acometeu a mastofauna, favorecendo o estabelecimento e predominância de espécies generalistas. Este primeiro estudo poderá servir como base para futuros programas de monitoramento dos pequenos mamíferos não voadores. Os dados aqui obtidos também agregam conhecimento sobre a diversidade de pequenos mamíferos em fragmentos urbanos de Mata Atlântica e demonstram a importância do PEFI para a manutenção de espécies ecologicamente importantes dentro da maior cidade do Brasil. Essas espécies cumprem papel biológico importante para a manutenção das interações ecológicas e provimento de serviços ecossistêmicos raros para a paisagem antrópica, com grande valor para a cidade de São Paulo.

Publicado

01/01/2021

Como Citar

Monticelli, C., Antunes, T. C., Moraes, K. S. de, Morais, L. H., & Moraes, A. A. de. (2021). Composição de espécies de pequenos mamíferos não voadores do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo, Brasil. Biota Neotropica, 21(2). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1817

Edição

Seção

Inventários

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