Padrões de malária aviária em região tropical e temperada: testando a "hipótese da liberação do inimigo"

Autores

  • Yasmine Antonini Universidade Federal de Ouro Preto, Departamento de Biodiversidade Evolução e Meio Ambiente https://orcid.org/0000-0002-5582-8193
  • Debora Nogueira Campos Lobato Universidade Federal de Ouro Preto, Departamento de Biodiversidade Evolução e Meio Ambiente
  • Ana Cláudia Norte Universidade de Coimbra, MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente
  • Jaime A. Ramos Universidade de Coimbra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Departamento de Ciências da Vida
  • Patrícia de Abreu Moreira Universidade Federal de Ouro Preto, Departamento de Biodiversidade Evolução e Meio Ambiente
  • Erika Martins Braga Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Parasitologia

Palavras-chave:

Portugal, Brasil, Turdus, pardal, ave invasora, expansão de habitat

Resumo

Resumo: De acordo com a hipótese da liberação do inimigo (HLI), a disseminação de espécies invasoras será facilitada pela liberação de seus inimigos ao ocuparem novas áreas. No entanto, a HLI raramente é testada comparando-se as populações de espécies nativas (não invasivas, estabelecidas há muito tempo) que apresentam expansão ou alteração de habitats, com populações das mesmas espécies em habitats que foram invadidos. Testamos a HLI com relação aos níveis de parasitas no sangue (prevalência e intensidade de Plasmodium spp. e Haemoproteus spp.). De (a) duas espécies estreitamente relacionadas e amplamente distribuídas de Turdus (Turdus leucomelas e T. merula), e (b) um pardal invasor (Passer domesticus) cujo alcance se expandiu do Velho Mundo para o Novo Mundo desde o século 18. Um total de 158 aves foram amostradas em Portugal e 99 no Brasil. Todas as espécies foram parasitadas e 55% dos indivíduos foram parasitados, sendo que a intensidade média da infecção foi de 28 parasitas por 10.000 eritrócitos. Avaliamos se as diferenças nos níveis de infecção (prevalência e intensidade) foram devidas ao local (tropical/Novo Mundo e temperado/Velho Mundo) ou espécies hospedeiras. A HLI foi corroborada: Passer domesticus e Turdus merula apresentaram valores mais elevados de parasitismo no Velho Mundo do que no Novo Mundo. Assim, P. domesticus parece estar se beneficiando de sua expansão "recente" em comparação com T. leucomelas, através da liberação ecológica de seus parasitas nativos porque os parasitas da área recentemente invadida parecem infestar espécies nativas.

Publicado

01/01/2019

Como Citar

Antonini, Y., Lobato, D. N. C., Norte, A. C., Ramos, J. A., Moreira, P. de A., & Braga, E. M. (2019). Padrões de malária aviária em região tropical e temperada: testando a "hipótese da liberação do inimigo". Biota Neotropica, 19(4). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1677

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