Movimentos de cetáceos pelas águas costeiras do sudoeste do oceano Atlântico

Autores

  • Marcos C. de O. Santos Universidade de São Paulo, Departamento de Oceanografia Biológica, Instituto Oceanográfico https://orcid.org/0000-0002-6642-2658
  • José Laílson-Brito Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Oceanografia, Laboratório de Mamíferos Aquáticos de Bioindicadores "Professora Izabel Gurgel"
  • Leonardo Flach Instituto Boto-Cinza
  • Júlia E. F. Oshima Universidade Estadual Paulista, Programa de Pós-graduação em Zoologia, Instituto de Biociências
  • Giovanna C. Figueiredo Universidade de São Paulo, Departamento de Oceanografia Biológica, Instituto Oceanográfico
  • Rafael R. Carvalho Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Oceanografia, Laboratório de Mamíferos Aquáticos de Bioindicadores "Professora Izabel Gurgel"
  • Elisa S. Ventura Universidade de São Paulo, Departamento de Oceanografia Biológica, Instituto Oceanográfico
  • Julia M. B. Molina Universidade de São Paulo, Departamento de Oceanografia Biológica, Instituto Oceanográfico
  • Alexandre F. Azevedo Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Oceanografia, Laboratório de Mamíferos Aquáticos de Bioindicadores "Professora Izabel Gurgel"

Palavras-chave:

Movimentos, Sotalia guianensis, Steno bredanensis, Orcinus orca, Balaenoptera edeni

Resumo

Resumo: Cetáceos foram monitorados em cerca de 700 km da costa sudeste do Brasil (22°S a 25°S) entre 1995 e 2014 com o uso da fotoidentificação. O objetivo deste estudo foi de identificar quaisquer presenças de movimentos de longa distância de indivíduos das espécies monitoradas e discutir suas implicações. Dados de movimentos de longa distância de quatro das espécies monitoradas são apresentados após a análise de 321.765 fotos obtidas para identificações individuais. Sete indivíduos de quatro populações de boto-cinza (Sotalia guianensis) consideradas residentes a estuários e baías particulares foram reportados em movimentos de dispersão envolvendo pares de áreas protegidas em distâncias que variaram entre 86 e 135 km. Três golfinhos-de-dentes-rugosos (Steno bredanensis) catalogados e avistados primeiramente na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro (22°46'S), em novembro de 2011, foram avistados 240 km mais ao sul como membros de um mesmo grupo nas águas costeiras do Estado de São Paulo (23°46'S) em julho de 2014. A profundidade da água onde essas avistagens aconteceram variou entre 16 e 52,7 m; avistagens de golfinhos-de-dentes-rugosos têm sido efetuadas em águas rasas na costa sudeste do Brasil, embora a distribuição global da espécie esteja associada a águas profundas. Em um intervalo de 27 dias na primavera de 2012, um grupo de 16 orcas (Orcinus orca) se desclocou cerca de 277 km em águas rasas variando entre 20 e 30 m. Orcas são comumente avistadas entre novembro e fevereiro no sudeste do Brasil, possivelmente em busca de presas. Nos meses de verão entre 2012 e 2014, três baleias-de-Bryde (Balaenoptera edeni) avistadas em águas de 14 a 49 m de profundidade, moveram-se entre 218 e 327 km. baleias-de-Bryde são encontradas em águas costeiras locais onde passam os meses de verão se alimentando de sardinhas. Até o presente momento, esses são os deslocamentos estimados como os de maiores distâncias observados para S. guianensis, S. bredanensis, O. orca and B. edeni no Atlântico Sudoeste.

Publicado

01/01/2019

Como Citar

Santos, M. C. de O., Laílson-Brito, J., Flach, L., Oshima, J. E. F., Figueiredo, G. C., Carvalho, R. R., Ventura, E. S., Molina, J. M. B., & Azevedo, A. F. (2019). Movimentos de cetáceos pelas águas costeiras do sudoeste do oceano Atlântico. Biota Neotropica, 19(2). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1630

Edição

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