Mudanças sazonais e relacionadas ao tamanho da dieta do não-nativo Cichla kelberi Kullander & Ferreira, 2006 em um reservatório de planície no sudeste do Brasil

Autores

  • Helaine Silva Mendonça Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Ciências Biológicas https://orcid.org/0000-0003-4526-8441
  • Alexandre Clistenes Alcântara Santos Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Ciências Biológicas
  • Mariana Marques Martins Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
  • Francisco Gerson Araújo Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Ecologia alimentar, peixes de água doce, espécies não nativas, piscívora, represamento

Resumo

Resumo: Foram examinadas as mudanças sazonais na dieta e relacionadas ao tamanho para o tucunaré Cichla kelberi em um reservatório tropical de várzeas no Sudeste do Brasil em três ciclos hidrológicos: verão (elevadas precipitações e temperaturas), inverno (baixas precipitações e temperaturas), e final da primavera (aumentos das precipitações e temperaturas) durante dois anos (2006-2007). A hipótese testada é que este peixe predador não-nativo muda a dieta durante as fases adulta e subadulta e entre as estações do ano para se adaptar neste novo ambiente colonizado. Peixes das famílias Clupeidae (Platanichthys platana), (Characidae (Astyanax spp.) e Cichlidae (Cichla kelberi) foram os itens alimentares mais importantes, seguidos por insetos da ordem Odonata. O canibalismo também foi registrado para os maiores indivíduos. Mudanças significativas na dieta foram relacionadas ao tamanho, com os indivíduos menores (Comprimento Total, CT <20 cm) utilizando principalmente peixes, enquanto os indivíduos maiores (CT >20 cm) se alimentaram principalmente de Odonata. A amplitude de nicho aumentou ao longo do crescimento, com indivíduos de maior porte tendo dieta mais uniformemente distribuída entre os recursos disponíveis. Nenhuma diferença significativa na composição da dieta foi encontrada entre as estações do ano, mas estômagos com maiores volumes ocupados pelo alimento foram mais frequentes no fim da primavera e menos frequentes no verão. Por outro lado, a maior amplitude de nicho foi encontrada no verão comparada com as outras estações, o que indica o uso mais uniforme dos diversos recursos disponíveis. Juntas, estas observações sugerem uma utilização eficiente dos recursos disponíveis por esta espécie predadora de topo neste novo sistema colonizado.

Publicado

01/01/2018

Como Citar

Mendonça, H. S., Santos, A. C. A., Martins, M. M., & Araújo, F. G. (2018). Mudanças sazonais e relacionadas ao tamanho da dieta do não-nativo Cichla kelberi Kullander & Ferreira, 2006 em um reservatório de planície no sudeste do Brasil. Biota Neotropica, 18(3). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1534

Edição

Seção

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