Flora fanerogâmica e fitogeografia das Nanoflorestas Nebulares do Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil

Autores

  • Breno Moreira Universidade Federal de Juiz de Fora, Programa de Pós Graduação em Ecologia https://orcid.org/0000-0002-0761-705X
  • Fabrício Alvim Carvalho Universidade Federal de Juiz de Fora, Programa de Pós Graduação em Ecologia
  • Luiz Menini Neto Universidade Federal de Juiz de Fora, Departamento de Botânica
  • Fátima Regina Gonçalves Salimena Universidade Federal de Juiz de Fora, Programa de Pós Graduação em Ecologia

Palavras-chave:

Conservação, Floresta Atlântica, Floresta Nebular, Floresta Ombrófila Densa, Serra da Mantiqueira

Resumo

Resumo: Este estudo foi desenvolvido no Parque Estadual do Ibitipoca (PEIB), um maciço montanhoso que se destaca na Serra da Mantiqueira, na Região Sudeste do Brasil. A vegetação é representada por um mosaico fitofisionômico onde predominam áreas de campos rupestres entremeadas às Nanoflorestas Nebulares, em altitudes de 1100 a 1700 m.s.m. As Nanoflorestas Nebulares ocorrem em cinturões de altitude estreitos, nos picos de montanhas, imersas na camada de nuvens. Formam uma paisagem peculiar no alto das montanhas, pela baixa estatura dos elementos arbóreos e riqueza de líquens e briófitas, que se desenvolvem sob constante condensação de umidade, baixas temperaturas e ventos freqüentes. O presente trabalho teve como objetivo conhecer a composição florística e fitogeografia das Nanoflorestas Nebulares do PEIB. Foram realizadas 12 campanhas mensais para coleta de material botânico, durante os anos de 2014 e 2015. O material coletado foi depositado na coleção do Herbário CESJ. Foram encontradas 372 espécies, 209 gêneros e 73 famílias de fanerógamas. As famílias de maior riqueza foram Orchidaceae (84 spp.), Asteraceae (39 spp.) e Melastomataceae (21 spp). Os gêneros com maior riqueza foram Leandra (09 spp.), Epidendrum (09 spp.), Pleurothallis (09 spp.) Mikania (07 spp.) e Miconia (07 spp). O hábito arbóreo foi predominante, com 103 espécies (27,7%), seguido por 83 arbustivas (22,3%), 82 ervas epífitas (22%), 80 ervas terrestres (21,5%) e 23 lianas (6,5%). A composição florística apresenta elementos típicos de vegetação de altitude, incluindo espécies de campos rupestres. Destaque para a alta riqueza de epífitas, especialmente das famílias Orchidaceae e Bromeliaceae. Os gêneros com distribuição tropical representam 86,5%, enquanto os elementos temperados representam 13,5% do total. As Nanoflorestas Nebulares apresentaram similaridade, em nível de família e gênero, com as florestas montana e altmontana dos Andes, além de características fitogeográficas que permitem associá-las a um ambiente de transição entre os campos rupestres e as florestas altomontanas da Região Sudeste do Brasil.

Publicado

01/01/2018

Como Citar

Moreira, B., Carvalho, F. A., Menini Neto, L., & Salimena, F. R. G. (2018). Flora fanerogâmica e fitogeografia das Nanoflorestas Nebulares do Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil. Biota Neotropica, 18(2). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1513

Edição

Seção

Inventários

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