Bioprospecção e caracterização da atividade amilolítica de fungos filamentosos da Mata Atlântica Brasileira

Autores

  • Paula Zaghetto de Almeida Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de Bioquímica e Imunologia
  • Marita Gimenez Pereira Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Departamento de Biologia
  • Caio Cesar de Carvalho Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Departamento de Biologia
  • Paulo Ricardo Heinen Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de Bioquímica e Imunologia
  • Luciana Sobrani Ziotti Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Departamento de Biologia
  • Josana Maria Messias Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Departamento de Química
  • João Atilio Jorge Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Departamento de Biologia
  • Maria de Lourdes Teixeira de Moraes Polizeli Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Departamento de Biologia

Palavras-chave:

Amilase, Fungos filamentosos, Aspergillus brasiliensis, Rhizopus oryzae, Glucoamilase, Bioprospecção

Resumo

Resumo Fungos filamentosos são organismos amplamente diversificados e ubíquos. Esta biodiversidade ainda é pouco caracterizada, desta forma, há um grande potencial a ser descoberto, sobretudo em biomas tropicais, que favorecem o crescimento e diversificação de espécies. Fungos filamentosos são extensivamente utilizados para a produção industrial de enzimas, como as amilases. Esta classe de enzimas atua na hidrólise do amido em glicose ou maltooligossacarídeos. Neste trabalho 25 cepas de fungos filamentosos foram isoladas a partir de amostras de material em decomposição coletados na Mata Atlântica Brasileira. As duas cepas que produziram mais amilases foram identificadas como Aspergillus brasiliensis e Rhizopus oryzae. Ambos os fungos são mesofílicos, crescem bem em meio de cultivo rico em nitrogênio orgânico, e produziram grande quantidade de glucoamilase. As enzimas de A. brasiliensis e R. oryzae possuem características distintas, possivelmente devido à distância filogenética das espécies. A produção de amilase mais expressiva de A. brasiliensis ocorreu em 120 horas de cultivo e pH inicial de 7,5; possui maior atividade em temperaturas entre 60-75ºC e pH entre 3,5-5,0. Ambas glucoamilases fúngicas obtiveram ampla estabilidade de pH (3-8) e foram ativadas por Mn2+. A melhor produção de R. oryzae ocorreu em 96 horas de cultivo e pH 6,5. Suas amilases são mais ativas na faixa de pH de 4,0-5,5 e temperatura entre 50-60ºC. A diferença mais significativa dentre as enzimas produzidas pelos fungos selecionados é a resistência à desnaturação térmica, tendo a glucoamilase de A. brasiliensis um T50 de 60 minutos a 70ºC, já a glucoamilase de R. oryzae somente obteve atividade residual quando incubada a 50°C, com um T50 de apenas 12 minutos.

Publicado

01/01/2017

Como Citar

Almeida, P. Z. de, Pereira, M. G., Carvalho, C. C. de, Heinen, P. R., Ziotti, L. S., Messias, J. M., Jorge, J. A., & Polizeli, M. de L. T. de M. (2017). Bioprospecção e caracterização da atividade amilolítica de fungos filamentosos da Mata Atlântica Brasileira. Biota Neotropica, 17(3). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1455

Edição

Seção

Artigos
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