Estrutura e composição das assembleias de peixes de poças de marés do Canal de São Sebastião, Atlântico sudoeste

Autores

  • Gabriela Pastro Universidade Federal do ABC
  • Gustavo Muniz Dias Universidade Federal do ABC
  • Fernando Zaniolo Gibran Universidade Federal do ABC

Palavras-chave:

peixes subtropicas, entremarés, fatores ambientais, riqueza de espécies, sudeste do Brasil

Resumo

Resumo Organismos que habitam poças na zona entre marés estão sujeitos a mudanças diárias e abruptas na temperatura, oxigênio dissolvido, pH e salinidade durante os ciclos das marés. Por isso, as assembleias de peixes dessas poças são geralmente bem distintas daquelas das áreas adjacentes, do infralitoral, apresentando espécies residentes com adaptações morfológicas e ecológicas para lidar com tal ambiente variável. Neste estudo, descrevemos e comparamos as condições ambientais e a diversidade e composição da ictiofauna de quatro poças de marés verdadeiras na margem continental do Canal de São Sebastião, São Sebastião (23º41'-23º54'S; 45º19'-45º30'W), sudeste do Brasil. Mensalmente, de janeiro a dezembro de 2011, amostramos quatro poças (12 amostras por poça), aplicando um protocolo padrão para registrar as variáveis ambientais, e censos visuais para registrar a abundância, riqueza e composição da assembleia de peixes. Dados abióticos e da ictiofauna foram comparados entre poças de maré e períodos do ano (quente e frio) usando análises de variância univariadas e multivariadas. As poças de marés diferiram uma das outras principalmente em área, volume e complexidade do substrato. Observamos 13 espécies de peixes (10 famílias) pertencentes a cinco guildas tróficas (herbívoros vágeis, herbívoros territoriais, invertívoros, onívoros e carnívoros). A densidade e riqueza de peixes foram praticamente constantes ao longo do período estudado, exceto pela redução na densidade de peixes observada na poça da Praia de São Francisco durante o período frio. Entretanto, as assembleias das quatro poças de maré diferiram uma das outras quanto à composição e abundância relativa das espécies, resultando em quatro poças com diferentes estruturas de assembleias. O amboré Bathygobius soporator foi a espécie dominante na maioria das localidades, correspondendo a 66% de todos os peixes registrados. A poça da Ponta do Baleeiro apresentou tamanho intermediário, mas esteve coberta por uma complexa comunidade de algas e abrigou a assembleia de peixes mais diversa nesse estudo, sugerindo que a complexidade de habitat pode contribuir para a diversidade de peixes.

Publicado

01/01/2016

Como Citar

Pastro, G., Dias, G. M., & Gibran, F. Z. (2016). Estrutura e composição das assembleias de peixes de poças de marés do Canal de São Sebastião, Atlântico sudoeste. Biota Neotropica, 16(3). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1406

Edição

Seção

Artigos
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