Florística e fitossociologia em um gradiente fisionômico de floresta ribeirinha em Cerrado, Campinas, SP

Autores

  • Marina Begali Carvalho Centro de Solos e Recursos Ambientais, Instituto Agronômico
  • Luís Carlos Bernacci Centro de Recursos Genéticos, Instituto Agronômico
  • Ricardo Marques Coelho Centro de Solos e Recursos Ambientais, Instituto Agronômico

Palavras-chave:

ecótono, savana, similaridade florísitca, transição floresta ribeirinha-cerrado, estrutura da vegetação

Resumo

Conhecer a composição florística e a estrutura da vegetação é imprescindível quando se trata da conservação da biodiversidade e das condições ambientais. Foi realizado um levantamento florístico e estrutural da vegetação arbórea em um gradiente fisionômico de mata ribeirinha em área de Cerrado, Campinas - SP, em 25 parcelas, distribuídas em cinco transectos, localizados perpendicularmente a um córrego. Foram encontrados 971 indivíduos (65 mortos em pé), pertencentes a 35 famílias e 80 espécies, sendo um único indivíduo de espécie exótica (Citrus limon – limão-vinagre) e um número muito maior de indivíduos de espécies ameaçadas (Luetzelburgia guaissara, Myroxylon peruiferum eTrichilia hirta) indicando que a área de estudo na Fazenda Santa Elisa mantém muito das características originais de sua vegetação nativa. O pequeno número de espécies exclusivas do Cerrado na área de estudo indica que ambientes ribeirinhos representam uma condição muito diferente em relação àquelas do Cerrado. Com exceção de áreas paludícolas, que são mais homogêneas e floristicamente semelhantes devido à adaptação a maiores restrições ambientais, as fisionomias florestais ribeirinhas comparadas mostraram grande heterogeneidade florística, mesmo considerando-se apenas aquelas localizadas em áreas de Cerrado. Isso enfatiza a importância de se estudar a flora das florestas ribeirinhas de cada região em particular, especialmente quando as ações de restauração ou de gestão são necessárias. No fragmento de transição floresta ribeirinha-cerrado da Fazenda Santa Elisa, as espécies exclusivas de florestas ribeirinhas, embora com diferentes densidades, foram encontradas em todo o gradiente até o limite da área de estudo, mostrando que a vegetação deve ser preservada até uma distância de pelo menos 50 m a partir do rio, a fim de manter o ambiente ribeirinho.

Publicado

09/01/2013

Como Citar

Carvalho, M. B., Bernacci, L. C., & Coelho, R. M. (2013). Florística e fitossociologia em um gradiente fisionômico de floresta ribeirinha em Cerrado, Campinas, SP. Biota Neotropica, 13(3). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1276

Edição

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