Diversidade de pequenos mamíferos terrestres em floresta Atlântica subtropical na região oeste do estado de Santa Catarina, sul do Brasil

Autores

  • Renan Maestri Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Programa de Pós-Graduação em Ecologia
  • Daniel Galiano Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
  • Bruno Busnello Kubiak Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
  • Jorge Reppold Marinho Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Programa de Pós-Graduação em Ecologia

Palavras-chave:

Riqueza, composição de espécies, Rio Uruguai, Rodentia, Didelphimorphia

Resumo

Pequenos mamíferos terrestres possuem características que influenciam significativamente a dinâmica dos ecossistemas, participando em vários níveis da teia trófica. Na floresta Atlântica brasileira a riqueza desses animais é alta, o que os torna ainda mais ecológica e numericamente relevantes neste ambiente. Neste contexto, nós investigamos a composição de espécies de pequenos mamíferos em uma área não estudada, e comparamos a composição de espécies desta área com outras regiões de floresta Atlântica de modo a entender como esta comunidade de pequenos mamíferos é relacionada a outras. A área de estudo está localizada em uma formação de floresta Atlântica de interior, em uma transição entre floresta decidual e floresta com Araucária. Os pequenos mamíferos foram capturados em cinco pontos de coleta por meio do método de armadilhas de interceptação e queda. Nós comparamos a composição de espécies encontrada em nosso estudo com a de outros 11 estudos realizados em diferentes regiões através de uma análise de agrupamento, e nós investigamos a presença de autocorrelação espacial entre comunidades por meio de um teste de Mantel. Nós registramos 779 indivíduos de 21 espécies de pequenos roedores (15 espécies) e marsupiais (seis espécies) durante um período de 13 meses de coleta. A riqueza é alta comparada com outros estudos em formações de floresta Atlântica próximas do litoral e formações de interior. Isso pode ser o resultado das condições fornecidas por esta área de transição (floresta decidual e floresta com Araucária), onde podem ser encontrados elementos das duas formações florestais, o que provavelmente permite o estabelecimento de espécies de pequenos mamíferos dos dois tipos de floresta. Apesar das diferenças no esforço amostral entre os estudos, esses resultados são uma boa indicação de que as formações de floresta Atlântica de interior podem abrigar um número de espécies comparáveis a de formações próximas da costa. A composição de espécies desta área é mais similar a de outras formações Atlânticas de interior com as mesmas características florestais e de regiões espacialmente próximas, e é menos similar as formações localizadas no sudeste e no nordeste do Brasil, e de regiões próximas da costa. Isso pode ser o resultado de autocorrelação espacial (i.e. comunidades mais próximas tendem a ter uma composição de espécies mais similar) e das diferenças nas características florestais entre as regiões.

Publicado

12/01/2014

Como Citar

Maestri, R., Galiano, D., Kubiak, B. B., & Marinho, J. R. (2014). Diversidade de pequenos mamíferos terrestres em floresta Atlântica subtropical na região oeste do estado de Santa Catarina, sul do Brasil. Biota Neotropica, 14(4). Recuperado de //www.biotaneotropica.org.br/BN/article/view/1150

Edição

Seção

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