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Diatomáceas (Bacillariophyta) marinhas e estuarinas do Paraná, Sul do Brasil: lista de espécies com ênfase em espécies nocivas

Marine and estuarine diatoms (Bacillariophyta) from Parana, southern Brazil: check-list with emphasis on harmful species

Resumos

As listagens de espécies são importantes para conhecer a biodiversidade local. Se as espécies são nocivas e/ou exóticas, elas podem causar danos ambientais. O levantamento da biota aquática de regiões portuárias é valioso para informar quais as espécies de alto risco estão presentes na água (espécies exóticas e/ou nocivas). As espécies podem ser capturadas quando os navios estão atracados nos portos do Paraná durante a tomada de lastro. Então, estas espécies podem ser transferidas para o próximo porto onde será realizado o deslastro, iniciando-se o processo de invasão biológica. Neste artigo as diatomáceas marinhas e estuarinas do Paraná foram listadas com base em trabalhos publicados desde 1918 e nos resultados do projeto ALARME (Água de Lastro: Análise de Risco, Plano de Manejo Ambiental e Monitoramento de Espécies Exóticas no Porto de Paranaguá, Paraná) no Complexo Estuarino de Paranaguá. Um total de 789 táxons específicos foram registrados, distribuídos em 167 gêneros. Destes, 575 táxons específicos, distribuídos em 152 gêneros, foram registrados para o Complexo Estuarino de Paranaguá. Algumas destas espécies são consideradas potencialmente nocivas, por sua produção de toxinas, como Amphora coffaeformis e Pseudo-nitzschia spp. Outras possuem efeitos nocivos por causarem anoxia devido ao excesso de biomassa que é decomposta por bactérias em períodos de florações. Além disso, pode ocorrer consumo excessivo de oxigênio pelas algas durante a respiração. Estas espécies são Asterionellopsis glacialis, Cerataulina pelagica, Coscinodiscus spp., Cylindrotheca closterium, Leptocylindrus spp. e Skeletonema costatum. Além destas, Chaetoceros spp. possuem setas que danificam as brânquias de peixes, causando massiva mortandade destes em algumas regiões. Algumas espécies encontradas nas amostras do projeto ALARME são novos registros para a costa do Paraná como Bellerochea horologicales, Biremis circumtexta, Gyrosigma macrum, Licmophora remulus, Nitzschia behrei Pseudo-nitzschia calliantha, P. multisseries e Thalassiosira subtilis var. máxima.

diatomáceas nocivas; listagem; água de lastro; Paraná


The species check-lists are important to know the local biodiversity. If they are harmful and/or exotic they can cause environmental damages. The portuary regions' aquatic biota survey is valuable to inform which are the high risk species in the water (exotic or harmful species). The species can be caught when the ships are anchored in Parana harbors during the ballast taken. After that, these species can be transferred to the next harbor where it will be discharged, so it starts the biological invasion. In this article the marine and estuarine diatoms of Parana have been listed based on some issues that have been published since 1918 and over the results of ALARME Project (Ballast Water: Risk analysis, Environmental Management Plan and Monitoring of Exotic Species in Paranagua Harbor, Parana) in the Estuarine Paranagua Complex. An amount of 789 specific taxa was recorded and distributed in 167 genera on Parana shore. Among the 789 a number of 575 specific taxa is distributed in 152 genera which were recorded in the Estuarine Paranagua Complex. Some of these species are considered potentially harmful for their toxins production i. e. Amphora coffaeformis and Pseudo-nitzschia spp. The other ones have harmful effects because of anoxia due to the excess of biomass decomposed by bacteriae during the blooming periods. Furthermore it can happens excessive oxygen consumption by algae during breathing. These species are Asterionellopsis glaciallis, Cerataulina pelagica, Coscinodiscus spp, Cylindrotheca closterium, Leptocylindrus spp and Skeletonema costatum. Furthermore, Chaetoceros spp, have setae that damage the fishes' gills causing mass mortalities in some regions. Some species found in samples of the ALARME project are new records for the Parana coast such as Bellerochea horologicales, Biremis circumtexta, Gyrosigma macrum, Licmophora remulus, Nitzschia behrei, Pseudo-nitzschia calliantha, P. multisseries and Thalassiosira subtilis var. máxima.

harmful diatoms; check-list; ballast water; Parana


INVENTÁRIOS

Diatomáceas (Bacillariophyta) marinhas e estuarinas do Paraná, Sul do Brasil: lista de espécies com ênfase em espécies nocivas

Marine and estuarine diatoms (Bacillariophyta) from Parana, southern Brazil: check-list with emphasis on harmful species

Leticia Knechtel ProcopiakI,II; Luciano Felício FernandesIII; Hermes Moreira-FilhoIII

IAssociação de Defesa do Meio Ambiente e do Desenvolvimento de Antonina (ADEMADAN) - Praça Coronel Macedo, s/n - Centro - CEP 83.370-000, Antonina, Paraná (http://www.ademadan.org.br)

IIUniversidade Federal do Paraná - Doutoranda em Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rua dos Funcionários, 1540 - Juvevê - CEP 80.035-050, Curitiba, Paraná

IIIUniversidade Federal do Paraná - Setor de Ciências Biológicas - Departamento de Botânica - Caixa Postal 19031. CEP 81531-990, Curitiba, Paraná (http://www.ufpr.br/)

RESUMO

As listagens de espécies são importantes para conhecer a biodiversidade local. Se as espécies são nocivas e/ou exóticas, elas podem causar danos ambientais. O levantamento da biota aquática de regiões portuárias é valioso para informar quais as espécies de alto risco estão presentes na água (espécies exóticas e/ou nocivas). As espécies podem ser capturadas quando os navios estão atracados nos portos do Paraná durante a tomada de lastro. Então, estas espécies podem ser transferidas para o próximo porto onde será realizado o deslastro, iniciando-se o processo de invasão biológica. Neste artigo as diatomáceas marinhas e estuarinas do Paraná foram listadas com base em trabalhos publicados desde 1918 e nos resultados do projeto ALARME (Água de Lastro: Análise de Risco, Plano de Manejo Ambiental e Monitoramento de Espécies Exóticas no Porto de Paranaguá, Paraná) no Complexo Estuarino de Paranaguá. Um total de 789 táxons específicos foram registrados, distribuídos em 167 gêneros. Destes, 575 táxons específicos, distribuídos em 152 gêneros, foram registrados para o Complexo Estuarino de Paranaguá. Algumas destas espécies são consideradas potencialmente nocivas, por sua produção de toxinas, como Amphora coffaeformis e Pseudo-nitzschia spp. Outras possuem efeitos nocivos por causarem anoxia devido ao excesso de biomassa que é decomposta por bactérias em períodos de florações. Além disso, pode ocorrer consumo excessivo de oxigênio pelas algas durante a respiração. Estas espécies são Asterionellopsis glacialis, Cerataulina pelagica, Coscinodiscus spp., Cylindrotheca closterium, Leptocylindrus spp. e Skeletonema costatum. Além destas, Chaetoceros spp. possuem setas que danificam as brânquias de peixes, causando massiva mortandade destes em algumas regiões. Algumas espécies encontradas nas amostras do projeto ALARME são novos registros para a costa do Paraná como Bellerochea horologicales, Biremis circumtexta, Gyrosigma macrum, Licmophora remulus, Nitzschia behrei Pseudo-nitzschia calliantha, P. multisseries e Thalassiosira subtilis var. máxima.

Palavras-chave: diatomáceas nocivas, listagem, água de lastro, Paraná.

ABSTRACT

The species check-lists are important to know the local biodiversity. If they are harmful and/or exotic they can cause environmental damages. The portuary regions' aquatic biota survey is valuable to inform which are the high risk species in the water (exotic or harmful species). The species can be caught when the ships are anchored in Parana harbors during the ballast taken. After that, these species can be transferred to the next harbor where it will be discharged, so it starts the biological invasion. In this article the marine and estuarine diatoms of Parana have been listed based on some issues that have been published since 1918 and over the results of ALARME Project (Ballast Water: Risk analysis, Environmental Management Plan and Monitoring of Exotic Species in Paranagua Harbor, Parana) in the Estuarine Paranagua Complex. An amount of 789 specific taxa was recorded and distributed in 167 genera on Parana shore. Among the 789 a number of 575 specific taxa is distributed in 152 genera which were recorded in the Estuarine Paranagua Complex. Some of these species are considered potentially harmful for their toxins production i. e. Amphora coffaeformis and Pseudo-nitzschia spp. The other ones have harmful effects because of anoxia due to the excess of biomass decomposed by bacteriae during the blooming periods. Furthermore it can happens excessive oxygen consumption by algae during breathing. These species are Asterionellopsis glaciallis, Cerataulina pelagica, Coscinodiscus spp, Cylindrotheca closterium, Leptocylindrus spp and Skeletonema costatum. Furthermore, Chaetoceros spp, have setae that damage the fishes' gills causing mass mortalities in some regions. Some species found in samples of the ALARME project are new records for the Parana coast such as Bellerochea horologicales, Biremis circumtexta, Gyrosigma macrum, Licmophora remulus, Nitzschia behrei, Pseudo-nitzschia calliantha, P. multisseries and Thalassiosira subtilis var. máxima.

Key words: harmful diatoms, check-list, ballast water, Parana.

Introdução

As diatomáceas constituem um dos principais grupos do fitoplâncton em águas marinhas neríticas e estuarinas do Paraná (Brandini & Fernandes 1996). Geralmente compreendem grande parte da biomassa do fitoplâncton, evidenciando seu papel na teia trófica pelágica e nos fluxos de carbono na região de estudo (Brandini et al. 2001). Apesar disso, poucos trabalhos em ecologia citam as espécies dominantes, registrando apenas os gêneros aos quais pertencem. Por outro lado, a taxonomia das diatomáceas é bem estudada no Paraná, representando uma exceção quando comparada com outras regiões do Brasil.

As listagens de espécies são importantes para conhecer a biodiversidade local, principalmente quando se trata de espécies nocivas e/ou exóticas que possam causar danos ao ambiente que impactam. Existem programas internacionais que coordenam uma série de trabalhos, envolvendo também as microalgas, como o Programa HAB (Harmful Algal Blooms), para espécies nocivas que causam florações, iniciado pelos membros da Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da UNESCO (International Oceanographic Commission 2005). Recentemente, a preocupação com a invasão de espécies exóticas e potencialmente nocivas via água de lastro de navios intensificou os levantamentos de biota em regiões próximas a portos, a fim de detectar a presença de espécies exóticas e/ou potencialmente nocivas que possam ocorrer nas águas que os cercam e, consequentemente mitigar os possíveis danos causados por elas. Para coordenar as atividades voltadas às invasões biológicas por água de lastro de navios, foi criado o programa internacional GLOBALLAST (Global Ballast Water Management Program) (Global Ballast Water Management Program 2006).

No Paraná está sendo desenvolvido o projeto intitulado "Água de Lastro: Análise de Risco, Plano de Manejo Ambiental e Monitoramento de Espécies Exóticas no Porto de Paranaguá, Paraná - ALARME", do qual este trabalho faz parte. Este projeto visa levantar a biota aquática do Complexo Estuarino de Paranaguá, onde o Porto de Paranaguá está situado, com finalidade de detectar as espécies exóticas e/ou potencialmente nocivas que já ocorrem no local.

O levantamento da biota aquática de regiões portuárias é valioso para informar quais as espécies de alto risco estão presentes nestas águas, ou seja, as espécies exóticas e/ou potencialmente nocivas que podem ser captadas durante a tomada de lastro de navios atracados nos portos do Paraná e, que posteriormente podem ser transferidas para o próximo porto, no qual será realizado o deslastro, iniciando-se o processo de invasão biológica.

Assim, este trabalho objetiva caracterizar o litoral do Paraná e o Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP) em relação à composição específica das diatomáceas encontradas na literatura, bem como nas amostragens do projeto ALARME.

Material e métodos

O litoral paranaense apresenta a extensão de aproximadamente 100 km entre as coordenadas 25 o 20' a 25 o55' S e 48 o 10' a 48 o 35' W (Maritns et al. 2004) (Figura 1).


A revisão de literatura abrangeu os trabalhos publicados de 1918 até 2005.

As amostragens foram realizadas na baía de Paranaguá (Figura 1), através de arrasto vertical do fundo até a superfície com rede de plâncton (60 cm X 1,30 m, 20 µm de abertura de malha), acondicionadas em frascos de polietileno de 500 ml e preservadas em solução de formaldeído até a concentração final de 1%. Amostras coletadas com garrafa de Van Dorn (na superfície, na base da zona fótica e no fundo) também foram analisadas, para a observação das células que são facilmente perdidas durante o arrasto da rede de plâncton, devido ao seu reduzido tamanho. No total foram analisadas 38 amostras de fitoplâncton de rede e 109 amostras de fitoplâncton total. As estações de coleta foram as seguintes: E1: "Bóia 12" em frente ao canal da Galheta (25º33'38,2" S, 48º20'31,80" W), E2: Rio do Maciel (25º33'41,52" S, 48º25'29,10" W), E3: Porto de Paranaguá (25º29'03,0" S, 48º33'02,28" W), E4: Rio Itiberê (25º30'55,74" S, 48º29'53,10" W), E5: Europinha (25º28'22,08" S, 48º38'01,56" W), E6: Antonina (25º25'10,74" S, 48º42'14,46" W).

A preparação para microscopias óptica e eletrônica foi feita de acordo com Hasle & Fryxell (1970). As lâminas permanentes foram montadas com resina Naphrax (Northern Biological Supplies, r=1,74) e analisadas em microscópio óptico Olympus BX30 equipado com contraste de fase e de interferência. Para a análise em microscopia eletrônica de varredura (MEV) a amostra oxidada é depositada em suportes ("stubs") de alumínio e são colocadas para secar naturalmente. Quando completamente secos, os suportes contendo as amostras são cobertos com ouro. Para a análise em microscopia eletrônica de transmissão (MET) a amostra oxidada é despejada em uma pequena grade ("grid") e deixada para secar ao ar livre.

Alguns táxons necessitaram de microscopia eletrônica para a correta identificação como é o caso de Pseudo-nitzschia spp. Para análises em microscopia eletrônica foram utilizados microscópios eletrônicos de varredura Phillips XL30 e de transmissão JEOL JM1200 EXII.

As atualizações das sinonímias foram realizadas com base em trabalhos recentes (Hasle & Syvertsen 1996, Round & Bukhtiyarova 1996, Sala et al. 1998, Tavares & Valente-Moreira 2000, Fernandes & Souza-Mosimann 2001, Danielidis & Mann 2002, Håkanson 2002, Lundholm et al. 2003, entre outros), e na discussão com demais especialistas em diatomáceas.

Resultados e Discussão

Os trabalhos prévios sobre taxonomia de diatomáceas marinhas e estuarinas no Paraná iniciaram com o trabalho de Cunha & Fonseca (1918). Neste estudo, realizado no litoral dos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os autores encontraram 17 gêneros de diatomáceas, com 25 espécies. A amostragem no Paraná compreendeu as proximidades da Foz do Rio Itiberê e Baía de Paranaguá. A partir de Moreira-Filho (1959), através da análise de diatomáceas epífitas em Sargassum cymosum C. Agardh var. stenophylum (Metr.) Grunow, coletadas em costão rochoso na Ilha do Farol (praia de Caiobá) deu-se início a um período de intensas investigações sobre as diatomáceas no litoral do Paraná. Diversos autores realizaram levantamentos taxonômicos de diatomáceas ao longo do litoral paranaense (Moreira-Filho 1960, Moreira-Filho 1961, Moreira-Filho & Kutner 1962, Moreira-Filho & Mômoli 1962, Moreira-Filho & Mômoli 1966, Moreira-Filho 1968, Moreira-Filho et al. 1975, Moreira-Filho et al. 1977, Moreira-Filho & Valente-Moreira 1979, Moreira-Filho & Valente-Moreira 1980, Valente-Moreira et al. 1980, Moreira-Filho & Valente-Moreira 1981, Valente-Moreira & Moreira-Filho 1981, Valente-Moreira & Moreira-Filho 1982, Oliveira 1983, Valente-Moreira et al. 1985, Valente-Moreira et al. 1986, Valente-Moreira et al. 1987, Valente-Moreira et al. 1994a, Fernandes et al. 1999). A necessidade de organizar as espécies registradas em listas para facilitar a consulta ocorreu a partir do trabalho de Moreira-Filho & Valente-Moreira (1984) que elaboraram um catálogo contendo as espécies de diatomáceas marinhas e estuarinas do Paraná publicadas no período de 1918 a 1982. Nesta lista já continham 462 espécies, distribuídas em 96 gêneros. Uma nova lista foi publicada por Moreira-Filho et al. (1990) mostrando uma revisão das diatomáceas que ocorrem no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Destas, 634 táxons foram registrados para o Paraná. Nota-se um aumento de 172 espécies que ainda não tinham sido registradas. Até o trabalho de Valente-Moreira et al. (1994b) os trabalhos publicados apresentavam listagens, descrições com ilustrações em desenhos e microscopia óptica. A partir de 1970 a microscopia eletrônica torna-se importante na descrição e identificação de táxons e passa, então, a ser aplicada para a taxonomia das espécies do litoral do Paraná a partir do trabalho de Souza-Mosimann et al. (1997) que analisaram a morfologia e a taxonomia da diatomácea bêntica Margaritum terebro, coletada na Baía de Paranaguá, Paraná. Posteriormente, Fernandes et al. (2001) realizaram cultivo da diatomácea Coscinodiscus wailesii, introduzida na Baía de Paranaguá, mostrando a variação morfológica das valvas de populações cultivadas e naturais, utilizando a microscopia eletrônica de varredura para elucidar algumas estruturas. Fernandes & Souza-Mosimann (2001) analisaram duas espécies de Triceratium: T. dubium e T. moreirae, também em microscopia eletrônica, provenientes de material coletado em estuários da Baía de Paranaguá e estuário de Santa Catarina. Fernandes et al. (2002) analisaram morfologicamente em microscopia óptica e eletrônica a diatomácea bêntica Nitzschia martiana. E, recentemente Fernandes (2003) analisou a morfologia de Eupodiscus radiatus e Fryxelliela floridana presentes nas águas do Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP).

Os estudos sobre a ecologia do fitoplâncton iniciaram-se na Baía de Paranaguá na década de 80 com os trabalhos de Brandini (1985a) e Brandini (1985b), este último realizou estudos ecológicos na Baía de Paranaguá, verificando a distribuição horizontal e sazonal do fitoplâncton, bem como os parâmetros ambientais (temperatura, salinidade, oxigênio e pH), biomassa e fotossíntese do fitoplâncton. A partir deste período a ecologia do fitoplâncton passou a ser estudada intensamente por diversos autores (Brandini & Moraes 1986, Brandini 1988a, b, Brandini et al. 1989, Brandini 1990 a, b, Brandini & Thamm 1994, Brandini & Fernandes 1996, Brandini et al. 1997 e Brandini et al. 2001). Brandini & Fernandes (1996) mostraram que a comunidade fitoplanctônica da plataforma do Paraná é formada por associação costeira, composta por espécies neríticas eurihalinas (Skeletonema costatum, Chaetoceros sp.) e diatomáceas bênticas ressuspendidas. Posteriormente, Fernandes & Brandini (2004) analisaram a variação sazonal das diatomáceas em águas neríticas do Paraná, a fim de detectar os fatores ambientais que interferem na comunidade fitoplanctônica. Estes autores verificaram que as espécies dominantes foram Cerataulina pelagica, Chaetoceros spp., Dactyliosolen fragilissimus, Guinardia delicatula, Lauderia annulata, Leptocylindrus spp., Pseudo-nitzschia delicatissima, P. australis, Rhizosolenia spp., Skeletonema costatum e Thalassionema nitzschioides.

Com base nos trabalhos revisados desde 1918, foi elaborada uma lista das espécies para o litoral do Paraná (Tabela 1), acrescida das espécies encontradas no projeto ALARME. Foram registradas para o Paraná 789 táxons infragenéricos, distribuídos em 167 gêneros. No Complexo Estuarino de Paranaguá ocorreram 575 táxons infragenéricos, distribuídos em 152 gêneros. Além disso, uma tabela contendo as espécies potencialmente nocivas para o litoral do Paraná foi elaborada com base nos trabalhos levantados e amostras analisadas no projeto ALARME (Tabela 2).

Comparando as espécies registradas neste levantamento com a revisão bibliográfica, constatou-se a presença de alguns táxons que não haviam sido citados nestes trabalhos. São eles: Bellerochea horologicales, Biremis circumtexta, Gyrosigma macrum, Licmophora remulus, Nitzschia behrei, Pseudo-nitzschia calliantha, P. multiseries, Thalassiosira subtilis var. maxima.

As espécies potencialmente tóxicas registradas para o litoral do Paraná foram: Amphora coffaeformis (Agardh) Kützing, citada por Valente-Moreira et al. (1994a); Pseudo-nitzschia australis Frenguelli, citada por Fernandes & Brandini (2004); Proença & Fernandes (2004), Pseudo-nitzschia delicatissima (Cleve) Heiden, mencionada por Valente-Moreira & Moreira-Filho (1981); Moreira-Filho & Valente-Moreira (1984); Brandini (1985a, 1988a); Moreira-Filho et al. (1990); Brandini & Fernandes (1996); Fernandes & Brandini (2004) e Proença & Fernandes (2004), Pseudo-nitzschia .pungens citada por Moreira-Filho & Valente-Moreira (1979, 1981, 1984); Valente-Moreira & Moreira-Filho (1981, 1982); Valente-Moreira et al. (1985); Valente-Moreira et al. (1987); Moreira-Filho et al. (1990); Valente-Moreira et al. (1994a); Fernandes & Brandini (2004) e Proença & Fernandes (2004) e Pseudo-nitzschia seriata registrada por Moreira-Filho et al. (1975); Moreira-Filho & Valente-Moreira (1979, 1984); Valente-Moreira & Moreira-Filho (1981, 1982); Brandini (1985a); Valente-Moreira et al. (1985); Valente-Moreira et al. (1987); Brandini & Moraes (1986); Brandini (1988a, b); Moreira-Filho et al. (1990) e Valente-Moreira et al. (1994a); Brandini & Fernandes (1996). As espécies potencialmente tóxicas Pseudo-nitzschia calliantha e Pseudo-nitzschia multisseries são citadas pela primeira vez neste trabalho. Estas espécies são consideradas potencialmente tóxicas por diversos autores dentre os quais Hasle et al. (1996), Fryxell & Villac (1999) e Ferrario et al. (2002).

As espécies não tóxicas, mas potencialmente nocivas foram registradas como Asterionellopsis glaciallis citada para o Paraná nos trabalhos de Cunha & Fonseca (1918); Moreira-Filho (1961); Moreira-Filho et al. (1975, 1990); Moreira-Filho & Valente-Moreira (1979); Valente-Moreira & Moreira-Filho (1981, 1982); Moreira-Filho & Valente-Moreira (1984); Brandini (1985a, b, 1988); Valente-Moreira et al. (1985); Valente-Moreira et al. (1987); Valente-Moreira et al. (1994a, b); Brandini & Fernandes (1996) e Fernandes & Brandini (2004). Outra espécie potencialmente nociva e não tóxica é Cerataulina pelagica que foi citada pelos autores Cunha & Fonseca (1918); Moreira-Filho et al. (1975); Moreira-Filho & Valente-Moreira (1979, 1984); Valente-Moreira & Moreira-Filho (1981, 1982); Valente-Moreira et al. (1985); Valente-Moreira et al. (1987); Moreira-Filho et al. (1990); Brandini & Fernandes (1996) e Fernandes & Brandini (2004). As espécies do gênero Chaetoceros Ehrenberg, conhecidas na literatura por danificar brânquias de organismos filtradores, foram Chaetoceros concavicornis Manguin mencionada por Valente-Moreira & Moreira-Filho (1981); Moreira-Filho & Valente-Moreira (1984); Valente-Moreira et al. (1985); Valente-Moreira et al., (1987); Moreira-Filho et al. (1990); Valente-Moreira et al. (1994a), Chaetoceros convolutus Castracane, citada por Valente-Moreira & Moreira-Filho (1982); Moreira-Filho & Valente-Moreira (1984); Brandini (1985a), Valente-Moreira et al. (1985); Valente-Moreira et al. (1994a) e Moreira-Filho et al. (1990) e Chaetoceros danicus Cleve, citada por Brandini (1985a, 1988a); Moreira-Filho et al. (1990) e Fernandes & Brandini (2004). As espécies de Coscinodiscus Ehrenberg registradas na literatura como potencialmente nocivas e não tóxicas foram: Coscinodiscus centralis Ehrenberg, mencionadas pelos autores Valente-Moreira & Moreira-Filho (1981); Moreira-Filho & Valente-Moreira (1984); Brandini (1985a); Valente-Moreira et al. (1985); Valente-Moreira et al. (1987); Moreira-Filho et al. (1990) e Fernandes & Brandini (2004), Coscinodiscus concinnus Wm. Smith, registrada por Moreira-Filho (1961); Valente-Moreira & Moreira-Filho (1981, 1982), Moreira-Filho & Valente-Moreira (1984); Valente-Moreira et al. (1985); Valente-Moreira et al. (1987); Moreira-Filho et al. (1990) e Valente-Moreira et al. (1994b) e Coscinodiscus wailesii, mencionada por Valente-Moreira et al. (1987); Moreira-Filho et al. (1990); Valente-Moreira et al. (1994a); Fernandes et al. (2001); Fernandes & Brandini (2004) e Proença & Fernandes (2004). A espécie Cylindrotheca closterium também é considerada potencialmente nociva e não tóxica pela literatura. Para o litoral do Paraná foi registrada pelos autores Moreira-Filho & Valente-Moreira (1979); Valente-Moreira & Moreira-Filho (1981, 1982, 1984); Brandini (1985a); Valente-Moreira et al. (1985); Valente-Moreira et al. (1987); Moreira-Filho et al. (1990); Fernandes et al. (1999); Brandini et al. (2001) e Fernandes & Brandini (2004). Outras espécies do gênero Leptocylindrus Cleve, potencialmente nocivas registradas para o Paraná foram: Leptocylindrus danicus, mencionada por Cunha & Fonseca (1918); Moreira-Filho et al. (1975); Moreira-Filho & Valente-Moreira (1979, 1984); Valente-Moreira & Moreira-Filho (1981, 1982); Brandini (1985a); Valente-Moreira et al. (1985); Valente-Moreira et al. (1987); Brandini & Moraes (1986); Moreira-Filho et al. (1990) e Fernandes & Brandini (2004) e Leptocylindrus minimus, registrada por Valente-Moreira & Moreira-Filho (1981, 1982); Moreira-Filho & Valente-Moreira (1984); Brandini (1985a, 1985b); Valente-Moreira et al. (1985); Valente-Moreira et al. (1987) e Fernandes & Brandini (2004). Finalmente, com registros para o Paraná, a espécie potencialmente nociva Skeletonema costatum citada por Cunha & Fonseca (1918); Moreira-Filho (1961,1975); Moreira-Filho & Valente-Moreira (1979, 1984), Valente-Moreira & Moreira-Filho (1981, 1982), Brandini (1985a, 1985b); Valente-Moreira et al. (1985); Brandini & Moraes (1986); Valente-Moreira et al. (1987); Moreira-Filho et al. (1990); Valente-Moreira et al. (1994a); Valente-Moreira et al. (1994b); Brandini & Fernandes (1996) e Fernandes & Brandini (2004). As espécies mencionadas são consideradas potencialmente nocivas, mas não produtoras de toxinas, por diversos autores dentre os quais Fryxell & Villac (1999); Fernandes et al. (2001); Proença & Fernandes (2004) e Odebrecht et al. (2002)

Algumas espécies foram consideradas potencialmente nocivas devido à prévia ocorrência de florações relacionadas com a mortandade de organismos filtradores. Como por exemplo, Asterionellopsis glaciallis, no litoral de São Paulo, foi relacionada à mortandade de peixes, mesmo não sendo uma espécie tóxica, mas que devido à combinação de uma série de fatores como ventos fortes, que ressuspendem as células presentes no sedimento, concentrando-as na superfície (Odebrecht et al. 2002). A espécie Cerataulina pelagica já causou mortandade em moluscos e peixes, devido à anoxia e ao entupimento das brânquias destes organismos (Hasle & Fryxell, 1995, Ferrario et al. 2002). As espécies de Chaetoceros citadas possuem setas que em altas concentrações danificam as brânquias de peixes e organismos filtradores, causando sua morte; e Coscinodiscus centralis e C. concinus produzem polissacarídeos que são liberados na água do mar, que em altas concentrações tornam o meio anóxico, causando mortandade dos organismos marinhos e dificultando a migração de peixes (Ferrario et al. 2002). Coscinodiscus wailesii pode produzir grandes quantidades de mucilagem insolúvel que se acumula em organismos planctônicos, aumentadno a densidades da água. Também pode se dividir com muita facilidade o que o torna facilmente adaptável. Esta espécie vem sendo registrada em todo o mundo a partir de 1980 desenvolvendo florações e prejudicando o cultivo de marisco e macroalgas e a pesca comercial, devido à depleção de oxigênio, inclusive para o Complexo Estuarino de Paranaguá (Fernandes et al. 2001, Proença & Fernandes 2004). Coscinodiscus wailesii esgota os nutrientes da água causando aumento de turbidez da água. No Japão causou necrose em corais e na Itália uma grande quantidade desta espécie produziu muita mucilagem, causando perdas no setor turístico do país (Reguera 2002). A espécie Cylindrotheca closterium já foi relacionada com a produção de agregados mucilagionosos no Mar Adriático, fenômeno conhecido como "Mare sporco" (mar sujo) e afetou o turismo e a pesca (Fanuko et al. 1989, Stachowitsch et al. 1990). A espécie Leptocylindrus danicus já esteve relacionada com a mortandade da pescada (Cynoscion regalis) e duas espécies de salmonídeos (Salmo salar e Oncothynchus kisutch) quando em grandes concentrações (Fryxell &Villac 1999). Leptocylindrus minimus já esteve associada à morte de salmões em cultivo na costa chilena (Rivera et al. 2002) e da mesma forma que L. danicus, esteve associada à mortandade de pescada e salmonideos (Fryxell & Villac 1999). A espécie Skeletonema costatum já esteve associada com a mortandade de peixes em cultivos durante períodos de floração no Atlântico Norte (Fryxell & Villac 1999).

Para a correta identificação de Pseudo-nitzschia spp. foi necessária a utilização de microscopia eletrônica. para observar estruturas indiscerníveis em microscopia óptica para cada espécie. Pseudo-nitzschia calliantha e P. multisseries não haviam sido registradas para o litoral do Paraná, mas sim P. seriata e P. delicatissima. Por outro lado, devido à impossibilidade em diferenciá-las de espécies próximas utilizando-se microscopia óptica, as espécies mencionadas podem corresponder a outros táxons (P. australis e P. calliantha, respectivamente). Além disso, a distribuição de P. seriata está restrita ao hemisfério norte, indicando sua preferência por águas frias (Hasle et al. 1996 e Hasle 2002). Espécies de Pseudo-nitzschia são produtoras de ácido domóico causando o envenenamento Amnésico por Moluscos (ASP) que é acumulado na cadeia trófica e contamina os organismos aquáticos e os animais que se alimentam delas (Bates et al. 1998; Rines et al. 2002). Os efeitos comuns são distúrbios gastrointestinais, vertigens e nos casos graves, morte (Bates et al. 1989; Fehling et al. 2004).

O litoral do Paraná contém espécies potencialmente nocivas e exóticas que podem prejudicar a pesca e a maricultura durante os períodos de floração, causando prejuízo econômico para as comunidades pesqueiras, uma vez que esta atividade é extremamente importante para a região. O turismo também pode ser afetado, pois a microalgas excretam compostos protéicos que fornecem cheiro e aspectos desagradáveis na água e, nesta situação, a balneabilidade fica comprometida.

Os portos do Paraná são, principalmente, exportadores de produtos, portanto os navios que chegam para serem carregados estão vazios e com os tanques de lastro cheios de água. Isto torna estes portos grandes importadores de águas de lastro de diversas localidades do Brasil e do exterior, aumentando as possibilidades de invasões biológicas. Os portos do Paraná recebem navios provenientes de países com clima e latitude semelhantes ao litoral paranaense, porém com diatomoflórulas diferentes. Há a possibilidade de espécies que vivem em condições ambientais semelhantes, sobreviverem se forem transportadas pelos navios. Estes navios capturam as espécies de diatomáceas nocivas presentes na região e estas têm chances de se adaptarem em outros portos, se encontrarem condições favoráveis de sobrevivência.

A divulgação da ocorrência de espécies nocivas em regiões portuárias, através de listagens de espécies torna-se imprescindível para auxiliar na elaboração de planos de manejo da água de lastro de navios, a fim de minimizar os impactos ambientais e sócio-econômicos causados por estas espécies.

Agradecimentos

Trabalho financiado com recursos do projeto ALARME através do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA/MMA), contrato CVI 008/2002, sob a coordenação do Prof. Dr. Luciano Felício Fernandes. Os autores agradecem ao Centro de Microscopia Eletrônica da UFPR, ao LACTEC pelas sessões de microscopia eletrônica, à Msc. Priscila Izabel Tremarim e Drª Thelma Veiga Ludwig pelo auxílio na nomenclatura de alguns táxons de águas continentais, ao Msc. Eduardo Vedor de Paula pela elaboração do mapa do litoral do Paraná e à Rut Schlichting pelo auxílio na correção do abstract. Parte integrante da Dissertação de Mestrado da primeira autora (bolsista CNPq - 2002 a 2004).

Recebido em 08/03/06.

Versão reformulada recebida em 04/09/06

Publicado em 11/10/06

ISSN 1676-0603

Correspondence to: Leticia Knechtel Procopiak (mailto:leprocopiak@yahoo.com.brmailto:leprocopiak@yahoo.com.br)

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Fev 2007
  • Data do Fascículo
    2006

Histórico

  • Aceito
    11 Out 2006
  • Revisado
    04 Set 2006
  • Recebido
    08 Mar 2006
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